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Atenção extra contra a evasão

Sibeli Lopes, diretora da EEEF Luiza Nunes Bezerra, relata como a criação de projetos educativos ajudou a manter nos alunos na escola

POR:
Sibeli Lopes
Quando alunos faltam dois dias seguidos, diretora (sentada) e equipe ligam para pais. Foto: Vanessa Carla
Monitoramento Quando alunos faltam dois dias seguidos, diretora (sentada) e equipe ligam para pais

"AEEEF Luiza Nunes Bezerra tem cerca de 900 alunos. Em 2009, nosso índice de evasão era de 4%, mas conseguimos reduzi-lo a zero três anos depois. Duas ações foram fundamentais para alcançar essa meta. O primeiro passo foi monitorar com mais afinco a presença dos estudantes nas aulas - os professores comunicam imediatamente as faltas à equipe gestora - e conversar com as famílias quando constatamos ausências. Sempre que a criança ou o jovem deixa de comparecer por mais de dois ou três dias, uma das coordenadoras pedagógicas telefona para os responsáveis para apurar o motivo. Se for por problemas de saúde, por exemplo, é solicitado que apresentem um atestado médico. Nos demais casos, a orientação é para reforçar a importância da presença nas aulas. Se o problema persiste, em última instância, acionamos o Conselho Tutelar.

Essa política de acompanhamento se tornou mais fácil depois que a escola recebeu do Estado cinco telefones celulares. Como a maioria das famílias possui aparelhos móveis, fazemos ligações celular-celular, mais baratas do que fixo- celular.

O segundo passo foi feito em 2010, quando demos início a projetos educativos para todos os alunos com o objetivo central de fazer com que eles gostem de vir e de permanecer na escola. Essas atividades são coordenadas por uma professora articuladora, pela coordenação pedagógica e pelos demais docentes. As principais propostas trabalham com temas como sustentabilidade, Arte, leitura, diversidade e solidariedade. Todas estão asseguradas no projeto político-pedagógico (PPP) e estão previstas no planejamento anual dos educadores.

Uma das mais bem-sucedidas é Nossas Mãos Podem Salvar o Planeta, em que assuntos estudados em sala de aula se estendem ao contraturno. Também com relação à sustentabilidade, temos uma ação grande voltada para a reciclagem. Fazemos uma separação prévia: as garrafas transparentes, como as de refrigerantes, são doadas à comunidade, para pessoas que têm no material reutilizado uma fonte de renda; garrafas de cores mais intensas ficam na escola e com elas são confeccionados quadros usando a técnica do mosaico. Alguns são doados para instituições como o Hospital do Câncer de Barretos, que os vende em leilões, cujo dinheiro é revertido à entidade.

Outra atividade que promovemos é a da frequência à Sala de Leitura. Foi montado um rodízio, em que todas as turmas têm um horário fixo semanal para a utilização do espaço e do acervo.

Com os projetos educativos, vemos que os alunos se sentem pertencentes, motivados, comprometidos com a escola e com o aprendizado. Eles até já foram premiados pelo trabalho de conscientização ambiental que realizamos e viajaram para o Rio Grande do Sul para conhecer o processo de reciclagem de uma grande empresa."

Sibeli Lopes é diretora da EEEF Luiza Nunes Bezerra, em Juara, a 730 quilômetros de Cuiabá.

Resolveu um problema em sua escola de forma eficiente? Conte para nós.

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