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Diferentes sistemas de gestão, um só objetivo

Existem diferentes modelos para organizar a gestão para a escola funcionar sem atropelos e garantir a aprendizagem dos alunos

POR:
Camila Monroe, Janaína Castro, Ricardo Falzetta, Noêmia Lopes, GESTÃO ESCOLAR, Paula Nadal

Em um dos principais trechos do filme Tempos Modernos (1936), Carlitos, personagem interpretado por Charles Chaplin (1889-1977), passeia entre as engrenagens de uma máquina industrial, ajustando parafusos e porcas para que ela não pare de funcionar. A escola, na sua essência, não pode ser comparada a um sistema de produção em série, como o de uma indústria. Contudo, ela também é formada por uma estrutura complexa, sujeita a inúmeras variáveis, que não pode ter sua rotina afetada por imprevistos ou outros problemas que emperrem seu funcionamento, impedindo-a de atingir seus resultados - ou seja, a aprendizagem dos alunos.

Para ter essa máquina sempre azeitada, o diretor não consegue, sozinho, dar conta de todos os aspectos que uma boa gestão demanda (leia o quadro abaixo). Garantir a formação dos professores, manter a infraestrutura em ordem, cuidar das finanças e da burocracia, fazer a gestão da equipe, promover um bom clima de trabalho, supervisionar a merenda... E ainda resolver imprevistos e eventuais conflitos entre alunos, funcionários, professores, comunidade. Na pesquisa sobre o perfil do diretor escolar, realizada pela Fundação Victor Civita (FVC), em 2009, a maioria dos entrevistados reclamou de estar muito envolvida com as questões do dia a dia - atender pais e supervisionar a merenda -, sobrando pouco tempo para o que é mais importante, como o planejamento e o acompanhamento dos estudantes.

É que às vezes o gestor se esquece de que pode - e deve - compartilhar tarefas com sua equipe. Muitas Secretarias de Educação preveem, em seu regulamento interno, um organograma básico para as escolas. Mas a maioria não atribui funções específicas para os cargos. Nesses casos, o diretor pode eleger, entre seus colaboradores, as pessoas que serão as parceiras nas diversas áreas da gestão.

"O exercício da liderança pressupõe dividir atividades de acordo com as competências de cada membro da equipe, fazer o acompanhamento do desempenho do grupo, avaliar os processos e as ações e promover os ajustes necessários para que os objetivos sejam atingidos", afirma Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) e consultor na área de Administração, de Belo Horizonte.

Nesta reportagem, selecionamos cinco escolas que usam diferentes modelos para gerir o cotidiano, com dois objetivos. O primeiro é levar os gestores a refletir sobre sua rotina e replanejá-la. E o segundo é ajudar as Secretarias de Educação, principalmente as que ainda não têm esse projeto, a pensar nas diversas possibilidades de organização escolar.

Tripé da organização

Segundo Maria Helena Pádua de Godoy, pedagoga e consultora em gestão na área educacional pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) e pela Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG), para manter as engrenagens de qualquer instituição no ritmo certo é preciso ter: 

- Exercício da liderança É a habilidade de identificar problemas, estabelecer e priorizar metas e coordenar ações institucionais. 

- Conhecimento técnico É o saber sobre o processo no qual se trabalha - no caso da escola, o fazer pedagógico. 

- Método de gerenciamento É a forma de administrar uma instituição, permitindo a participação de todos, o aprendizado contínuo da equipe e a divisão de papéis.

O diretor é o líder principal. Contudo, isso não impede a existência de outras lideranças que ajudem a gerir áreas específicas da escola. Cabe a ele identificar as competências e preferências de seus auxiliares para aproveitar melhor as habilidades de cada um.

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