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Desafio: ajudar o professor na inclusão de um aluno com deficiência – Parte 2

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Depois de propor à professora Janaína que nos detivéssemos em suas duas principais preocupações em relação a Pedro, passei a observá-lo na sala de aula e no parque

Depois de propor à professora Janaína que nos detivéssemos em suas duas principais preocupações em relação a Pedro, passei a observá-lo na sala de aula e no parque

Vocês se lembram da situação que contei no post anterior? A professora Janaína, da turma de 5 anos, estava com dificuldades para incluir Pedro (nome fictício), um aluno com uma deficiência ainda não diagnosticada, nas atividades escolares. Eu me comprometi a observar as atitudes do menino e a encontrar encaminhamentos que favorecessem a inclusão dele na rotina da Educação Infantil. Pois então: hoje, como prometi, conto o resultado da minha observação.

Depois que a docente me disse que suas principais preocupações eram o fato de Pedro não brincar no parque e de não participar de atividades em sala de aula, comecei a observá-lo nesses dois ambientes para tentar entender o que acontecia.

O que observei no pátio

Num dia, ele estava ao lado do escorrega, apenas olhando as outras crianças e fazendo algumas brincadeiras para chamar sua atenção. Tentei me aproximar, puxar papo e me oferecer para ajudá-lo a subir no brinquedo. Mas, assim que o fiz, ele fez uma cara de zangado e correu, deixando claro que eu não era bem-vinda ali.

Logo em seguida, ele ficou andando pelo espaço: foi até o tanque de areia, saiu correndo e, quando viu a professora Janaína orientando um grupo numa das balanças, ficou parado ao seu lado por alguns minutos. Janaína o convidou para sentar em uma das balanças, mas Pedro saiu correndo novamente. E foi assim que se passaram os 30 minutos de parque daquele dia.

Resumidamente, o que observei foi o seguinte: Pedro andava para todos os lados, corria sem destino e, às vezes, queria abraçar algumas meninas menores que ele. Para mim, pareceu que ele não se sentia autorizado a brincar com as outras crianças ou não sabia como fazer isso, embora já fosse sua quinta semana na escola. Até então, ele nunca havia utilizado nenhum dos brinquedos.

Minha hipótese: penso que ele nunca havia brincado num parque. Como na escola esse momento é diário e com a presença de mais de 130 crianças, ele ficava perdido em meio a tantas opções e pessoas.

O que observei na sala de aula

Depois daquele dia no parque, fui observar as atitudes de Pedro em sala. Lá, percebi que as orientações para os encaminhamentos das atividades sempre eram dadas para o grupo todo ou diretamente nas mesas de quatro ou seis crianças. Embora Janaína colocasse Pedro em parceria com colegas bem receptivos, e eles o chamassem a participar, ele nunca ia. Enquanto as crianças faziam a atividade, ele ficava andando pela sala ou saía para o pátio.

Numa dessas saídas, eu fui atrás dele. Naquele momento, eu já era uma figura mais familiar para o menino. Para abordá-lo, peguei um pote de canetinhas e pedi para ele segurar. Assim que ele me atendeu, falei que ele e eu iríamos desenhar. No entanto, ele fez que não com a cabeça. Não desisti e chamei a professora, propondo que ela ficasse com ele fora da sala desenhando, enquanto eu ficava com a turma.

Quando o menino aceitou ficar desenhando com Janaína, percebi que já havia um vínculo estabelecido entre eles. Aquela foi a primeira vez que Pedro fez algumas marcas no papel.

No próximo post, vou terminar de contar esse caso para vocês, compartilhando os encaminhamentos que discuti com Janaína e os resultados a que chegamos.

Até lá, que tal compartilhar os tipos de comportamento das crianças com deficiência que você já observou?

Beijos, Leninha