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Grupos de apoio: um espaço de suporte à aprendizagem

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Os grupos de apoio são criados para auxiliar na aprendizagem dos alunos, e devem ser considerados como parte integrante da escolaridade normal de qualquer criança. (Foto: Manuela Novais)

Os grupos de apoio são criados para auxiliar na aprendizagem e devem ser considerados como parte integrante da escolaridade normal de qualquer criança. (Foto: Manuela Novais)

Na semana passada, escrevi sobre a avaliação diagnóstica no início do ano letivo. Além de utilizar os resultados dela para validar as ações já implantadas na escola, é importante refletir com os professores sobre como auxiliar os alunos que não apresentaram um bom desempenho. Uma das ideias que podem surgir nessa discussão coletiva é a criação de grupos de apoio para atender às diferentes necessidades dos estudantes.

O que são os grupos de apoio?  São espaços criados nas escolas para auxiliar na aprendizagem dos alunos, e devem ser considerados como parte integrante da escolaridade normal de qualquer criança. Costumo refletir com meus professores que a organização dos grupos de apoio é uma ação imediata, porém paralela à melhoria da qualidade do ensino nas salas de aula.

Para que servem? Para evitar o fracasso escolar e a criação de estigmas relativos à incapacidade dos alunos. Para que eles se sintam acolhidos nas suas dificuldades e necessidades e não desistam de aprender.

Por que criar esses grupos? Os estudantes são diferentes uns dos outros e têm tempos e necessidades de aprendizagem distintas. Por isso, podem ter dificuldades momentâneas e específicas que precisam ser superadas.

Para quem são destinados? Para alunos que necessitam de um maior tempo de aprendizagem e precisam de intervenções diferenciadas em determinados conteúdos. A parceria com a gestão da escola é essencial para que esse trabalho funcione.

Por isso, o coordenador deve contemplar os seguintes pontos na conversa com a equipe:

- Análise dos registros que revelam as aprendizagens dos alunos de diferentes séries;

- As condições oferecidas pela escola e a sua relação com os resultados obtidos;

- Identificação das turmas/séries que apresentam maiores índices de repetência, alunos não alfabetizados e/ou em defasagem idade/série;

- Análise do resultado da avaliação diagnóstica inicial e os conteúdos que precisam ser trabalhados;

- Proposta de organização dos grupos de apoio e das mudanças necessárias na rotina dos professores e alunos.

Para que tais mudanças ocorram, é preciso criar condições que garantam o atendimento desses alunos antes, durante e depois das aulas. Essa organização depende da estrutura da escola, do quadro de funcionários e da criação de uma rotina semanal de trabalho. Ainda, o coordenador precisa garantir a parceria entre professores substitutos, estagiários ou eventuais, a criação de um sistema de apoio que implica em reagrupamentos das turmas em alguns dias da semana, a definição dos conteúdos que serão tralhados com os alunos, as formas de avaliação, os critérios de seleção dos alunos, entre outros.

Ao definir que serão criados grupos de apoio para sanar as dificuldades dos alunos, é preciso deixar claro para toda a equipe que se trata de uma ação temporária para superar a defasagem deles.  Paralelamente, o docente deve buscar melhorar a prática de sala de aula, desenvolvendo estratégias de ensino e novas formas de organizar os alunos. Pensar na logística, nos horários, no planejamento, na rotina e na formação dos docentes é um desafio da equipe gestora para viabilizar os benefícios que os grupos podem trazer para os estudantes.

Além disso, é essencial institucionalizar espaços coletivos de discussão do trabalho pedagógico na escola, assim como o desenvolvimento de ações de formação continuada. Os docentes envolvidos nesse processo precisam de formação principalmente sobre o planejamento das estratégias de ensino, os instrumentos de avaliação e o registro dos avanços ou dificuldades dos alunos.

E na escola que você coordena, como funcionam os grupos de apoio?

Abraços e até a semana que vem!

Eduarda