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Como professores e pais podem lidar com as dificuldades de aprendizagem

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

 

Foto: Shutterstock

No decorrer do ano letivo, nos deparamos com alunos que, por diferentes razões, se encontram paralisados diante do processo de aprendizagem. Nesse momento, é importante que todos os envolvidos no círculo educativo estejam atentos às dificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem há algum tempo.

Elas devem ser descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo se estão associadas à outros fatores que também influenciam e desmotivam o aprendizado, como, por exemplo, preguiça, cansaço, sono, tristeza ou agitação.

Confundido por pais e professores como uma simples desatenção em sala de aula, o termo “dificuldade de aprendizagem”, usado desde a década de 60, pode se referir a um distúrbio – gerado por problemas cognitivos ou emocionais – que afeta o desempenho escolar. As crianças, nesses casos, muitas vezes, apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares causados por um sentimento de incapacidade, que as levam à frustração.

Em grande parte dos casos, os docentes são os primeiros a identificar que o aluno possui algum tipo de dificuldade na esfera escolar. Apesar disso, não possuem formação específica para fazer um diagnóstico mais preciso. A família também deve ficar atenta ao desenvolvimento e comportamento da criança e, quando necessário, buscar apoio de médicos, psicólogos e psicopedagogos.

O papel do professor se restringe a observar o aluno e auxiliá-lo no processo de aprendizagem, dando oportunidade de descobrir suas potencialidades. Ao identificar o que afeta o desempenho do educando e entender suas necessidades, a escola pode organizar um atendimento individual, com aulas de apoio pedagógico, no contraturno, por exemplo.

Já os responsáveis precisam lembrar que todos temos processos e ritmos diferentes de desenvolvimento e que é necessário respeitar o tempo de cada um. Criança com dificuldade de aprendizagem não é incapaz. É importante envolver a família na parceria para valorizar a autoestima do aluno e orientar na organização do ambiente e da rotina de estudos. Caso o problema tenha origem emocional, é indicado buscar ajuda de um psicólogo. Se for uma dificuldade cognitiva, o aluno pode ser encaminhado para um psicopedagogo. É imprescindível, portanto, que os responsáveis conheçam seus filhos e conversem frequentemente com eles para que possam detectar quando algo não vai bem. A escola deve ajudar nesta orientação dos pais.

Os professores devem observar se a criança:
- Não consegue manter o foco;
- Não consegue finalizar a maioria das atividades em sala de aula e demora muito mais do que os outros para terminá-las;
- Precisa de atenção especial para desenvolver as lições;
- Está mais ansiosa do que o normal; fica frustrada ou muito ativa em momentos em que tem maior autonomia como recreio, brincadeiras e Educação Física;
- Não consegue fazer sozinha as avaliações e não e tem dificuldades de interpretar as atividades propostas;
- Mostra desinteresse em participar e freqüentar a escola.

Os responsáveis devem ficar atentos se a criança:
- Nunca fala sobre o que aprendeu na escola;
- Na hora da lição de casa, se esquiva, fala que não tem lição e evita fazê-la;
- Não se interessa por assuntos escolares ou por outras atividades que envolvam leitura e escrita;
- Está mais ansiosa do que o normal;
- Chora ou faz manha quando chega o horário de ir para a escola.

Toda esta reflexão está voltada para os problemas cognitivos e emocionais, porém, vale a pena destacar que além das dificuldades geradas por essas questões, temos também aquelas que podem estar relacionadas às práticas pedagógicas do professor, uma vez que nem todo aluno aprende da mesma maneira. Neste caso o caminho é a melhoria na qualidade das estratégias metodológicas em sala de aula.  Abordaremos esse tema com maior profundidade na próxima semana.

Sabemos que os problemas de aprendizagem constituem uma situação real dentro das instituições escolares. Conhecer melhor as relações entre esses problemas de aprendizagem e estabelecer parceria com as famílias considero ser o melhor caminho. E vocês, coordenadores, o que pensam sobre este assunto?

Abraços,
Eduarda.