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Oralidade também precisa de planejamento específico

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Crianças da Educação Infantil conversam em sala de aula (Foto: Gabriela Portilho)

Falar bem, com clareza e com adequação à situação social impacta na vida dos indivíduos (Foto: Gabriela Portilho)

Ao avaliar o trabalho pedagógico que estava ocorrendo na escola, a coordenadora Ana Rita ficou bastante preocupada com o eixo de Linguagem Oral. Ela percebeu que, nas turmas de 4 e 5 anos, não havia um planejamento de situações didáticas que abordassem especificamente esse assunto.

Como utilizamos o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), é muito comum ver isso acontecer não apenas na instituição em que trabalha Ana Rita, mas em outras escolas também. O documento coloca a Oralidade no mesmo eixo da Escrita, o que, em minha opinião, não incentiva um olhar mais focado nela. É claro que falar, ler e escrever são situações de comunicação que se justapõem e se complementam. Entretanto, percebo que propostas didáticas de oralidade costumam ficar a serviço da leitura e da escrita, sem receber a ênfase que merece. Exemplifico: os professores propõem a memorização de poemas com o objetivo de escrevê-los depois (escrever textos memorizados é conteúdo de escrita) e não para aprimorar a comunicação oral.

Ora, falar bem, com clareza e com adequação à situação social impacta na vida dos indivíduos. Portanto, eu sempre orientei os professores a fazer planejamentos específicos, com o intuito de assegurar situações didáticas focadas em cada um desses atos. E, além de facilitar o momento de avaliação dos saberes dos pequenos, acredito que especificar os conteúdos e objetivos potencializa as aprendizagens.

Voltando à preocupação de Ana Rita…

A coordenadora me procurou para ajudá-la a rever a prática da escola. Juntas, decidimos que o primeiro passo seria elaborar um projeto de formação cujos objetivos eram refletir sobre a importância de realizar situações de comunicação oral com os pequenos.

Na nossa conversa, percebi que ela não sabia por onde começar esse projeto. Então, essa foi nossa primeira pauta. O formato ao qual chegamos foi o seguinte:

  1. Compartilhar o projeto. A intenção é que os professores tenham clareza sobre o que vão estudar, refletir e o porquê da escolha desse conteúdo.
  2. Levantar os conhecimentos prévios dos docentes. Antes de definir todas as etapas do projeto, é preciso ter clareza dos saberes de cada um dos docentes acerca dos conteúdos do eixo em questão.
  3. Listar as aprendizagens esperadas dos professores e das crianças. Clique aqui para ver uma lista de expectativas para os pequenos.
  4. Planejar algumas atividades coletivamente.  A ideia é que a coordenadora ajude bastante nesse planejamento. Dessa forma, ele será feito da melhor forma possível para que as atividades realizadas em sala de aula sejam filmadas e tematizadas posteriormente.
  5. Sistematizar as reflexões. Proponha a elaboração coletiva de uma lista de orientações didáticas.
  6. Avaliação. Peça aos professores que elaborem o planejamento de uma sequência de atividades ou de um projeto. Esse trabalho poderá ser individual ou coletivo, entre pares que atuam na mesma faixa etária.  O resultado da servirá de parâmetro para avaliar o projeto de formação.

Na próxima semana, conto para vocês como está acontecendo o projeto de formação na prática e como estão ficando os planejamentos dos professores.

E na sua escola, existe um planejamento específico para o eixo de Oralidade? Compartilhe nos comentários.

Um abraço, Leninha