O coordenador pedagógico tem um papel relevante no planejamento escolar. É ele o agente articulador do diálogo, o mediador dos momentos de estudo e avaliação do trabalho, o incentivador da reflexão sobre as práticas pedagógicas, o direcionador das ações futuras. No entanto, nada disso é possível sem o envolvimento efetivo da equipe de professores, e é nesse sentido que promover o planejamento participativo torna-se essencial.
O planejamento participativo é uma estratégia eficaz porque permite que todos participem do processo, dando opiniões e tomando decisões sobre seu próprio percurso profissional dentro da instituição. O coordenador precisa abrir espaço para um diálogo sobre o que foi realizado e as possíveis intervenções futuras, e não só fazer cobranças burocráticas e administrativas. A proposta tem que ser a troca de ideias baseada na escuta, no diálogo e na construção de uma relação de parceria.
O fim de um ano letivo é ideal para planejar o próximo. É o momento em que nós, coordenadores, ficamos às vezes com aquela sensação de insegurança por não termos alcançado todas as metas estabelecidas, e os professores expõem suas inquietações nos últimos encontros do semestre escolar. Por isso, apesar do cansaço, precisamos fazer a pausa para o planejamento agora, pois, se for deixada para depois das férias, a essência da reflexão acaba se perdendo.
Para nortear esse processo, é necessário estruturar um guia baseado em ações de revisão e análise de registros que possibilitem a elaboração das medidas para o ano seguinte. Isso pode ocorrer em reuniões individuais e reuniões coletivas. Eu, por exemplo, costumo organizar uma pauta com dados específicos que quero discutir com cada um e depois avaliar os resultados coletivamente.
Abaixo, detalhei alguns desses procedimentos importantes na hora do planejamento participativo:
- Realizar um diagnóstico escolar com base nas informações sobre a situação atual de aprendizagem, tanto de professores quanto de alunos
As conclusões obtidas servirão de apoio para a construção do currículo escolar e do plano de formação para o próximo ano letivo. Isso pode ser feito retomando registros realizados durante o ano para identificar as principais necessidades de aprendizagem e colocar em discussão os problemas enfrentados. É importante traçar um panorama da escola que considere o que precisa ser aprimorado, incluindo o investimento em formação docente.
- Analisar as metas do projeto político-pedagógico (PPP) e replanejar algumas ações
A equipe precisa fazer um paralelo entre o que estava previsto no documento e o que foi colocado em prática. Muitos professores precisam entender que o PPP deve conter propostas diferenciadas, mas que sejam viáveis.
- Analisar as ações de cada docente com base no que foi planejado
A retomada do planejamento inicial permite que o professor olhe para os alunos e para o processo de aprendizagem de maneira mais ajustada. Revendo suas práticas, ele é capaz de identificar o que precisa ser modificado. Organizar formas de registro de aprendizagem significativas de cada turma, analisar o currículo aplicado e verificar o que ficou para trás, os desafios e os entraves são alguns pontos a ser considerados. Aqui, vale a pena também pensar em ações para envolver mais os responsáveis pelos estudantes no início do ano letivo.
Todo esse trabalho de reflexão e registro ao final do ano cria uma fonte de consulta que servirá para construir outros instrumentos de apoio ao trabalho escolar, como planos de ação dos professores, dos demais funcionários, da coordenação pedagógica e da direção.
E você, coordenador, o que faz para envolver a equipe docente no planejamento participativo?
Até semana que vem!
Abraços, Eduarda