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Espaços planejados impactam na aprendizagem das crianças

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Criança brinca de caixa na EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos, em SP.

A organização dos ambientes numa escola de Educação Infantil releva a concepção pedagógica da instituição. Os cantinhos, por exemplo, devem apresentar propostas variadas (Foto: Gabriela Portilho)

Quando pensamos sobre os ambientes que os pequenos vão brincar e conviver na Educação Infantil, estamos planejando e definindo as possibilidades de interação e aprendizagem que eles terão.  De acordo com a organização do local, os convidamos e os incentivamos a agir com maior ou menor autonomia, a se agrupar ou não, a escolher essa ou aquela atividade, a se aconchegar para ouvir uma história ou a correr e pular com segurança.

Portanto, organizar e planejar os espaços e os materiais nas salas onde as crianças permanecerão por três, quatro ou sete horas é dar a elas a possibilidade de construir muitos conhecimentos, experimentar e partilhar novas experiências.

Então, faz todo o sentido a coordenação pedagógica propor essa reflexão com os professores, não é mesmo? Por isso, sugiro que os profissionais sejam convidados a pensar coletivamente na disposição física das salas como uma importante intervenção pedagógica.

É preciso assegurar tempo na rotina e o mínimo de materiais (prateleiras adequadas, jogos, livros, potes, caixas e papéis, plástico transparente), para trocar ideias e colocar a mão na massa!

Abaixo, apresento algumas orientações que podem ser discutidas nesse momento de planejar a organização das salas de aula.

  • Delimitar a sala com estantes ou móveis baixos, com o objetivo de criar cantos acolhedores e de fácil acesso para as crianças. Ao mesmo tempo, o adulto tem a possibilidade de ter uma visão geral de tudo o que a turma está fazendo.
  • Os cantos devem evidenciar propostas interessantes, como folhear livros, brincar com jogos (de encaixe, de empilhar e de montar), fazer atividades artísticas (pintar, modelar, desenhar e colar), experimentar diferentes movimentos corporais (em tatames para deitar e rolar, em caixas grandes e tendas para entrar, em piscina de bolinhas etc.).
  • O quadro, os murais e qualquer material que será disponibilizado para as crianças deve estar em um móvel com altura adequada à faixa etária.
  • No canto de faz de conta, é interessante dispor objetos e brinquedos que sugiram um tema, como cozinha, garagem, mercadinho, entre outros. O legal é ter pelo menos dois cantos simbólicos, se o espaço permitir, cada um com uma proposta diferente, para que os pequenos tenham mais de uma opção na hora de escolher. Os acessórios podem ser confeccionados pelos educadores, comprados pela escola ou obtidos por meio de campanha com os familiares.
  • Não utilize estereótipos desnecessários, como colocar florezinhas e carinhas na decoração de tudo. Isso só polui visualmente o ambiente. É mais interessante valorizar as produções dos pequenos, colocando-as nos murais.  Mantenha um ambiente clean, apenas com móveis que são necessários para o desenvolvimento das atividades. Menos significa mais espaço para o vai e vem das crianças.

Lembrem-se de que preparar cuidadosamente os diferentes espaços da escola é uma ação contínua, com a ajuda e sugestões das crianças, além do olhar atento do professor para avaliar o que está bom e o que pode ser melhorado.

Cabe ao diretor se responsabilizar pelas áreas comuns (corredores, pátios, refeitórios etc.), inclusive efetuando formações conjuntas entre funcionários e educadores para refletir sobre melhorias nesses espaços. Ao coordenador pedagógico, cabe responsabilizar-se em subsidiar os professores em relação às salas de aula ou outros espaços de atuação exclusiva desses profissionais, como sala de artes, biblioteca etc.

E na escola em que você trabalha, o espaço está revelando a concepção pedagógica da equipe?

Um abraço,

Leninha Ruiz