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Diálogo entre professores e gestores é essencial para evitar mal-entendidos

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

“Sempre tem que ter diretor e o coordenador na escola. Você não acha?” Foi com essa questão que uma professora conhecida me cumprimentou, bastante zangada, na fila do banco. Então, perguntei se a escola estava sem esses profissionais – a unidade em que trabalha atende cerca de 500 alunos de Educação Infantil – mas, não era esse o motivo. Enfim, ela se sentou ao meu lado e começou a desabafar.

Segundo a educadora, em um dos últimos dias de aula, ela fazia uma reunião com os pais enquanto o restante da escola estava envolvido com os preparativos da festa junina que se aproximava.

“A comunidade do bairro é bem exigente e questionadora. Durante a reunião, eles começaram a reclamar de várias coisas de uma só vez: queriam discutir o horário do lanche, a abertura dos portões entre outras. Fiquei atordoada e não sabia o que fazer. Pedi ajuda a uma colega que também não soube como agir e não interferiu na questão. As pessoas começaram a se exaltar e o encontro virou uma grande confusão. Nem a diretora, nem a coordenadora estavam na escola para me dar algum tipo de apoio. Estou muito chateada. Quero mudar de escola”

Ouvi o desabafo procurando apenas acolher sem opinar. Quando a docente terminou de falar, eu sugeri que ela procurasse conversar com a equipe gestora e, com muito jeito, disse que não seria bacana ficar contando para pessoas externas à instituição.  Saí do banco pensando em quantas vezes ocorrem situações semelhantes em diversas escolas. Comigo mesmo já aconteceram algumas.

O que podemos fazer para evitar situações que geram conflito no ambiente escolar e o que fazer se o “climão” já estiver instaurado?

1)      Ouvir mais de uma versão da história
Muitas vezes, quando ouvimos o primeiro relato do ocorrido, nos sensibilizamos com a pessoa e tendemos a tomar o partido dela. Mas, se pararmos para ouvir o outro lado, vamos descobrir fatos que desconhecíamos e ver o impasse com outros olhos. Isso é essencial para que possamos tratar o tema com justiça, ajudando os envolvidos a se colocarem um no lugar do outro. Desse modo, fica mais fácil chegarmos a um acordo benéfico para a comunidade escolar.

2)      Fazer combinados prévios
Confusões acontecem quando não se sabe o que é responsabilidade de quem. Por isso, combinar antecipadamente o que vai acontecer, qual é o papel de cada um para alcançar esse objetivo e quando cada ação deve ser realizada favorece um ambiente de colaboração.  Claro que não agradaa todos, mas podemos apaziguar os ânimos fazendo os combinados de maneira coletiva. Quanto aos imprevistos, resta ter jogo de cintura e manter o diálogo para lidar com eles quando surgirem.

3)      Compartilhar quais são as funções de cada um
É muito comum os professores não saberem de todas as demandas dos gestores, assim como esses minimizarem todos os afazeres dos docentes. Isso causa resistência da parte dos docentes e impaciência dos coordenadores e diretores, resultando numa relação conturbada. Para mudar esse quadro, todos devem ter ciência das funções exercidas por cada membro da comunidade escolar e de como podem se ajudar no exercício das mesmas.

Não sei por que ocorreu a situação descrita acima, mas certamente será preciso restaurar essa relação e a iniciativa deve ser dos gestores, concordam?

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Um abraço,
Leninha