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Eleição na APM é chance de criar líderes na comunidade

POR:
Joelma Souza

 

Optar pelo voto na escolha dos representantes da APM pode estimular o envolvimento das famílias com as atividades da escola. Foto: Shutterstock

Olá, seja bem-vindo!

No post anterior, escrevi sobre como conseguimos ter uma Associação de Pais e Mestres (APM) atuante. Hoje, quero compartilhar porque realizamos a escolha dos integrantes desse fórum por meio de uma eleição e não por indicação ou convite.

A participação dos pais nas reuniões e decisões escolares em geral é um desejo de todo gestor. De maneira paradoxal, porém, quando essa presença ocorre, nem sempre ela é harmoniosa e bem-vinda. A recepção às famílias e suas ideias, muitas vezes, não é adequada e tão pouco acolhedora. Mas de nada vale pedir ajuda e depois não considerar o que é dito e sugerido. Aqui tivemos discussões durante reuniões que não foram totalmente tranquilas, mas precisamos lembrar que as vivências são diferentes e é normal haver divergências. Como gestores, não podemos adotar uma postura de superioridade. Precisamos ouvir todos os questionamentos e acolher as ideias.

Antes da opção pela eleição na APM, refletimos com professores e funcionários sobre as vantagens da formação de líderes na comunidade, e como eles poderiam ajudar a escola a melhorar a aprendizagem dos alunos. Depois, realizamos uma série de conversas com os pais para expor a ideia. Na reunião geral, conduzida por mim e pela coordenação pedagógica, convidamos os responsáveis a se candidatar. Os próprios pais votam e definem seus representantes. São, no mínimo, dois por série. Pelo regimento interno, a eleição pode ocorrer a cada dois anos, mas como muitas vezes há alguém que não pode continuar no cargo (em geral, os representantes do 5º ano) é normal realizar votações todo início de ano letivo. Os representantes, então, participam das reuniões da APM sabendo dos assuntos tratados com antecedência. Isso permite que eles conversem com amigos e familiares do bairro sobre o tema, conheçam várias opiniões, divulguem o encontro e chamem outros pais a participar.

Foi durante reuniões da APM que percebemos, por exemplo, a necessidade de explicar melhor às famílias como são feitas as avaliações. Isso porque muitos questionavam como era feita a aprovação dos filhos. Avaliar é um processo de reflexão da prática pedagógica de maneira contínua e processual para replanejar. Mas os pais não sabiam disso. Hoje adotamos a prática de mostrar aos responsáveis que a avaliação está a serviço do projeto educativo e, portanto, deve ser integrada e compartilhada. Essa concepção passou a ser construída de modo a caracterizar a proposta pedagógica da escola. Os pais tomaram conhecimento desse documento e das articulações dele com os objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE). Eles entenderam que nosso trabalho pretende promover a produção de conhecimentos, mas também a formação humana, com pessoas íntegras e integradas à sociedade por meio da participação coletiva nos projetos pedagógicos, buscando a cidadania e a dignidade, de forma autônoma e criativa.

Conhecer como são feitas as avaliações, e como elas são utilizadas, ajudou a fortalecer o envolvimento das famílias com as atividades da escola. E essas ações conjuntas entre escola e comunidade mostram união e seriedade, o que se reflete na imagem da instituição, que passa a ser vista como um bom local de trabalho. Antes, sofríamos muito com a rotatividade de bons profissionais, mas nos últimos anos isso não ocorre mais. Apenas uma professora se aposentou e ninguém quis pedir transferência.

E na sua escola, como é organizada a APM? Os pais são eleitos ou escolhidos por proximidade e facilidade de acesso? Eles conhecem a proposta pedagógica da instituição? Compartilhe sua experiência com a gente, deixe o seu comentário, suas dúvidas e sugestões.

Um grande e respeitoso abraço, até quarta!

Edicarlos Mellin