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Realizar projetos sem critério

A equipe gestora deve avaliar se as propostas atendem a comunidade e contribuem para melhores condições de aprendizagem

POR:
Aurélio Amaral
Assim não dá: realizar projetos sem critério. Ilustração: Thiago Cruz

Por causa das comemorações das festas juninas no meio do ano, você, gestor, é orientado pela rede de ensino a desenvolver um projeto institucional sobre o assunto. Da mesma forma, também é possível que surja a recomendação de trabalhar o folclore, a cultura indígena ou o meio ambiente. São tantos fatos históricos, datas ou mesmo pautas em moda na mídia para tratar nos trabalhos que é bem provável emendar um projeto no outro e deixar o planejamento de atividades curriculares em segundo plano.

Desenvolver um projeto institucional é uma maneira de atender às necessidades da comunidade escolar por meio de um conjunto de ações de caráter pedagógico, social, científico ou cultural. Por exemplo, estimular a formação de um público leitor, combater a discriminação racial ou promover um ambiente inclusivo para pessoas com deficiência.

Entretanto, ao executá-lo, é fundamental considerar a pertinência do projeto político-pedagógico (PPP) e avaliar se ele é, de fato, institucional e envolve alunos de diferentes turmas, professores, gestores, funcionários e familiares. "Sempre que possível, é indicado ampliar o debate em questão, analisando como ele ocorre não só na escola mas também na sociedade", avalia Nora Krawczyk, coordenadora do Grupo de Políticas Públicas e Educação da Universidade Estadual de Campinas (GPPE/Unicamp).

Além de discutir esses aspectos nas reuniões com a coordenação pedagógica, é preciso definir prazos para cada etapa e a duração do projeto, respeitando o cronograma da escola. Desse modo, evitam-se atividades sem fundamento, que não tenham relação com o trabalho do professor em sala. "Os critérios de elaboração e implantação tornam-se mais consistentes à medida que se discute o assunto", explica Alaísa Fávaro, formadora de gestores em João Neiva, a 76 quilômetros de Vitória.

Ainda que a sugestão dos temas venha da Secretaria de Educação, o gestor deve ter autonomia para fazer uma contraproposta quando avaliar oportuno. Nesse caso, é importante destacar os motivos pelos quais a atividade não contribui para o trabalho da escola, ressaltando as principais demandas educacionais, e de que maneira elas podem ser abordadas por meio dos projetos. Vale, ainda, anexar produções de alunos, fotos e outros registros que enfatizem a necessidade de realização da nova proposta. É interessante ainda entrar em contato com outras unidades da rede de ensino para avaliar a possibilidade de fazer uma carta coletiva e, assim, reforçar o questionamento.

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