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5 pontos sobre horário de entrada e saída

Organizar o fluxo de alunos é fundamental para o bom funcionamento da escola e a segurança de todos

POR:
Noêmia Lopes


1. Organização do fluxo

Escalonar a entrada e a saída por turmas ou faixas etárias e usar mais de uma portaria (quando houver pessoal disponível) são boas estratégias. Em qualquer caso, é preciso ensinar os alunos a respeitar os colegas ao transitar na escola. Para otimizar o fluxo com um sinal sonoro, sinos ou músicas são alternativas às campainhas estridentes. Os estudantes que chegam cedo e os que esperam pelos pais depois de o alerta soar podem fazer atividades previamente organizadas: para os mais novos, cantos de brincar com autonomia e, para os maiores, espaços de convivência, leitura e quadra para práticas esportivas. Se não houver quem supervisione os alunos, é possível propor um rodízio entre professores, equipe de apoio e pais.


2. Famílias e transporte

Pais e perueiros necessitam de orientação para não transformar o portão em campo de batalha. Sugestão: fazer com que a chegada e a partida dos alunos que usam transporte escolar tenha lugar um pouco antes do horário dos que são acompanhados por familiares ou responsáveis - desde que os estudantes não sejam prejudicados (alguns perueiros chegam a sugerir retirar a garotada da manhã alguns minutos antes de as aulas acabarem a fim de evitar o atraso do turno da tarde, mas você não deve autorizar esse procedimento). Quanto aos pais, eles podem ir até a porta da classe, no caso dos pequenos. No caso dos maiores, o melhor é deixar na portaria e aguardá-los nesse local na hora da saída. Lembrando que, caso os pais queiram conversar com docentes e gestores, devem ser orientados a marcar um horário, principalmente se for para assuntos particulares e demorados. Muitas pendências podem ser resolvidas na secretaria da escola nos horários de entrada e saída. Para tanto, basta garantir a presença de um funcionário para fazer o atendimento. O porteiro pode encaminhar os interessados.


3. Controle de atrasos

Estipular quantos minutos e quantas vezes os alunos podem atrasar para chegar às salas de aula requer flexibilidade em relação à faixa etária e ao público atendido - e todas as decisões devem ser aprovadas pelo Conselho Escolar e constar no regimento interno. Um cenário possível: crianças de creche, Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 entram a qualquer momento, mesmo atrasadas (contudo, vale conversar com os pais para evitar que isso aconteça), enquanto os alunos de Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio aguardam a aula seguinte na biblioteca, na sala de leitura ou junto à orientação educacional. Pode-se combinar também como os atrasos serão controlados. A partir de certa idade, os alunos preenchem um relatório, justificando o atraso, e, depois de um determinado número, os pais são comunicados e consultados sobre os motivos. Outro segmento que requer tolerância e negociação é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois muitas vezes os estudantes perdem a hora por causa do trabalho ou do transporte coletivo. A comunidade deve, então, refletir sobre o horário de entrada mais adequado e sua flexibilização (leia reportagem).


4. Medidas de segurança

As medidas para garantir a segurança devem ser implantadas no início do ano, quando os pais precisam ser consultados sobre quem está autorizado a deixar e retirar os filhos (essa informação tem de ser dada por escrito). A partir de então, a escola fica responsável por cumprir o combinado e avisar as famílias, de imediato, caso alguém desconhecido tente contato com a criança e o adolescente. O próprio porteiro (quando houver) tem a obrigação de observar a movimentação de estranhos, indagar quem é a pessoa e o que ela deseja. Professores e demais funcionários também têm o dever de ficar atentos. Afinal, o trabalho docente não termina na classe e nem o da merendeira na cozinha. Todos são responsáveis por zelar pelo bem- estar dos alunos. O cuidado vale ainda em relação aos estudantes com permissão para chegar e partir sozinhos. Todos eles necessitam de autorização expressa das famílias. A idade para receberem esse aval é outro assunto a ser decidido pelo Conselho Escolar.


5. Presença do diretor

Como principal representante da escola, é interessante que você, diretor, acompanhe a entrada e a saída dos alunos sempre que possível. É nesses momentos que se pode observar se todos os itens desta reportagem estão sendo cumpridos. E verificar, por exemplo, se há algum tipo de comércio ilegal nos arredores do portão (leia reportagem na página 12), se os pais permanecem circulando nas dependências da escola durante o período de aulas e se as atividades que acontecem no início e no fim dos turnos, como rodas de leituras e brincadeiras, cumprem os propósitos educativos do projeto político-pedagógico. Os prejuízos para a aprendizagem devem ser evitados a todo momento. "Quando percebo que os alunos estão perdendo dez minutos na entrada e outros dez na saída, proponho uma conta aos professores: com 20 minutos a menos todos os dias, quanto as turmas desperdiçam ao longo do ano?", relata Nazareth Mazzega, diretora da EMEF Barão de Monjardim e formadora de diretores em João Neiva, a 76 quilômetros de Vitória.

A chegada e a partida dos estudantes dizem muito sobre como a gestão se relaciona com as turmas, as famílias e os funcionários. Há alunos correndo ou eles entram e saem tranquilamente? Pais se acotovelam ou têm condições de entregar e retirar os filhos sem tumulto? Existem ou não regras para que a equipe atue colaborativamente nessas horas? Se as respostas apontam para um cenário confuso, é preciso repensar a estrutura disponível para a circulação de pessoas.

Esses horários fazem parte dos tempos escolares e têm propósitos educativos, pois suscitam discussões sobre o respeito ao próximo. Além disso, são importantes para a socialização. "Os gestores devem permitir que os alunos tenham tempo - ainda que alguns minutos - para pôr a conversa em dia, falar da lição de casa e resolver pequenos conflitos", diz Juarez Dayrell, coordenador do Observatório da Juventude e professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Cabe à direção programar a entrada e a saída dos estudantes de acordo com o segmento de ensino, o tamanho da escola e o perfil do público. Por isso, é fundamental conhecer a comunidade, os meios de transporte utilizados e a distância média percorrida da residência à escola. Assim, fica mais fácil planejar a abertura dos portões e a recepção dos estudantes.

Em geral, a Secretaria de Educação estipula os horários. Porém a equipe gestora tem liberdade para fazer alterações conforme as necessidades - desde que tome os cuidados para garantir as horas letivas previstas por lei e registre as mudanças no regimento interno.

Quer saber mais?

CONTATOS
EMEF Barão de Monjardim, tel. (27) 3258-2333
Juarez Dayrell