Projeto Institucional: Igualdade entre os sexos
POR: GESTÃO ESCOLAR
Objetivo geral
Promover a igualdade de gênero na escola.
Objetivos específicos
- Para a direção Inserir no projeto político-pedagógico (PPP) propostas que sensibilizem e mobilizem a comunidade escolar.
- Para a coordenação pedagógica Envolver o corpo docente em discussões sobre o assunto, que desconstruam estereótipos de gênero reproduzidos no cotidiano da instituição.
- Para os professores Debater a questão com os alunos e intervir em situações de sexismo.
- Para os alunos Refletir criticamente sobre desejos e comportamentos, a fim de estabelecer relações interpessoais pautadas pela igualdade de gênero.
- Para os funcionários Refletir criticamente e identificar casos de preconceito.
Tempo estimado
O ano todo.
Desenvolvimento
1ª etapa Problematização
Reúna professores e funcionários e discuta, com base em índices e notícias, as desigualdades de gênero presentes na sociedade - diferença salarial entre homens e mulheres e agressões contra homossexuais. Reflita sobre como as disparidades se refletem na cultura escolar. Aproveite para aplicar um questionário anônimo para identificar as práticas sexistas reproduzidas na instituição. Incentive a equipe a compartilhar percepções e informações sobre o comportamento das crianças, dos jovens e dos próprios adultos. Peça que os docentes realizem um levantamento com os alunos para identificar os problemas mais comuns.
2ª etapa Apresentação para alunos e pais
Explique aos estudantes a importância do projeto e, com base nos dados obtidos com as respostas ao questionário, fale sobre a importância desse assunto. Esclareça os objetivos a ser alcançados e solicite a eles sugestões de temas e iniciativas. A proposta também deve ser comunicada aos familiares. Para isso, aproveite uma reunião de pais já programada no calendário.
3ª etapa Formação da equipe
As relações de gênero fazem parte de um processo cultural e são reproduzidas pelas instituições sociais, entre elas a escola. Para mudá-las, é preciso construir um novo olhar sobre a identidade de homens e mulheres. Planeje encontros formativos para tratar sobre o tema. Contar com estudiosos para palestras e oficinas é uma opção. Outra é aproveitar os cursos oferecidos pela rede. Vários estados e municípios têm secretarias ou coordenadorias que tratam da questão das mulheres e da diversidade sexual e podem fornecer materiais e informações. Vale organizar sessões de cinema com curtas-metragens que ajudam na discussão sobre machismo, preconceito e sexualidade, como:
- Vida Maria, de Márcio Ramos
- Acorda, Raimundo, Acorda!, de Alfredo Alves
- Por Outros Olhos, de Álvaro Oliveira e Sylvia Assis
4ª etapa Implantação das ações
Junto com os professores, pense em práticas não sexistas e as introduza no cotidiano escolar, como dividir igualmente o tempo de uso das quadras entre eles e elas, organizar grupos mistos nas mesas do refeitório e oferecer os mesmos brinquedos e jogos a ambos os sexos. A igualdade de gênero também deve se refletir no tratamento dispensado a alunas e alunos por parte dos educadores. Um garoto que sofre bullying não merece menos atenção e cuidado do que uma garota - às vezes se considera que eles são mais fortes e agressivos e podem se defender, inclusive, fisicamente das agressões.
Estimule os docentes a promover momentos de discussão sobre o tema quando uma situação em sala de aula for propícia para uma intervenção dessa natureza ou quando um conteúdo permitir a abordagem do assunto - em História, um bom momento para isso é quando se estiver estudando os movimentos de emancipação feminina e a conquista do direito ao voto pelas mulheres; já em Ciências ou Biologia, a questão pode estar atrelada ao trabalho de orientação sexual.
5ª etapa Envolvimento dos estudantes
Disponibilize uma urna para críticas, elogios e sugestões de ações. Recolha periodicamente os bilhetes - fica a critério do estudante assinar ou não - e organize assembleias para tratar das questões. Analise com o coordenador e os docentes as propostas apresentadas. A garotada pode formar grupos de estudos sobre sexualidade e gênero e criar blogs e outras ferramentas para divulgar projetos e pesquisas sobre o tema.
Avaliação
O principal indicador de sucesso do projeto é a mudança de atitude de todos os segmentos da comunidade escolar. Vale organizar uma tabela com os registros de casos de bullying, agressões homofóbicas e situações sexistas, a ser preenchida com a ajuda dos professores e funcionários, e acompanhar a evolução ao longo do ano. Outra estratégia é observar a prática diária dos docentes em relação à divisão de grupos, atividades e tarefas.
Reunir-se quinzenalmente com os alunos e docentes responsáveis pelas iniciativas permite discutir os avanços e fazer os ajustes necessários.
No fim de cada semestre, refaça com a equipe docente e os alunos o levantamento sobre as percepções e os comportamentos relacionados à questão do gênero. Divulgue o resultado nos murais das áreas comuns e nas reuniões de pais.
Consultoria Flávia Maia Guimarães, Maria Eulina Pessoa de Carvalho e Francisca Jocineide da Costa e Silva, pesquisadoras do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulheres e Relações de Sexo e Gênero da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).