Ir ao conteúdo principal Ir ao menu Principal Ir ao menu de Guias
Notícias
5 4 3 2 1

O drama de não alfabetizar na idade certa e o Pnaic

POR:
Joelma Souza
A alfabetização fora da idade certa é um problema que nos afeta e que temos tentado combater

A alfabetização fora da idade certa é um problema que nos afeta e que temos tentado combater

Entre os dramas que fazem parte do dia a dia do diretor (e vocês sabem que são muitos!), um deles tira meu sono: a alfabetização “fora” da idade certa (que o Ministério da Educação estabeleceu como 8 anos). Em todo o Brasil, muitos alunos prosseguem nas séries mais avançadas do Ensino Fundamental e do Ensino Médio sem dominar a leitura e a escrita. É um problemão que nos afeta também aqui em Itapetininga (SP).

Vocês sabem que neste ano surgiu uma novidade nessa área: o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Nosso município aderiu a esse programa. O pacto, proposto pelo Ministério da Educação (MEC), prevê que todas as crianças sejam alfabetizadas até os 8 anos de idade, no final do 3º ano do Ensino Fundamental, e oferece recursos para que a meta seja alcançada.

Hoje, vou contar um pouco para vocês o que está acontecendo aqui na minha escola.

Adaptações para enquadramento no programa

Para recebermos os recursos, mexemos na grade curricular, introduzindo o portfólio como instrumento avaliativo nas aulas de História, Geografia, Ciências e Artes. Nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, continuamos realizando as avaliações mensais e bimestrais.

Também tivemos de designar professores interessados em se tornar orientadores de alfabetizadores nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. São eles os responsáveis por formar os colegas depois de passar por uma capacitação de 200 horas oferecida por universidades.

Um de nossos docentes se interessou e passou por avaliações e entrevistas sob coordenação da supervisão escolar do município. Depois disso, ele foi aprovado e iniciou a orientação dos outros colegas nesse trabalho. Ele recebe bolsa de estudos no valor de 765 reais por mês por essa atividade, enquanto os alfabetizadores recebem bolsa de 200 reais. Os dois valores são pagos pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento de Educação (FNDE).

Formação continuada de alfabetizadores

Como eu disse, os orientadores passam por uma capacitação. Inicialmente, eles têm uma formação, com encontros de acompanhamento para avaliação permanente e monitoramento das ações. Depois, eles realizam atividades de planejamento e também participam de seminários. O curso, baseado no conceito de pró-letramento, é presencial e coordenado pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) e pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A formação dos professores alfabetizadores é feita pelos orientadores. Eles participam de cursos de 360 horas, distribuídas ao longo de dois anos, das quais fazem parte encontros presenciais, estudos, atividades extra sala e seminários finais. Os encontros são mensais e sempre retomam o que foi visto no anterior. Neles, os professores socializam as atividades planejadas e realizadas nas turmas de alfabetização, promovendo uma discussão de estratégias didáticas

Materiais que recebemos

Do programa, já recebemos materiais no ano passado e também no início deste ano. Mandaram para a gente obras literárias por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), o acervo de livros didáticos do Programa Nacional de Livro Didático (PNLD), voltados para as turmas do 1º, 2º e 3º anos, kit de jogos pedagógicos para apoio na alfabetização das crianças e obras de apoio pedagógico para o professor.

No que o Pnaic tem nos ajudado?

Ainda é cedo para avaliar os resultados… Então, divido com vocês minhas primeiras impressões.

Percebo que já estamos conseguindo resultados significativos. Os professores, por exemplo, têm repensado suas práticas pedagógicas no dia a dia para melhor atender os nossos alunos. Entre si, eles comentam suas atividades e os resultados que foram obtidos com elas. Os alunos também têm mostrado alguns avanços no seu desempenho nas atividades e nas avaliações.

E quem ganha com tudo isso? Toda comunidade escolar – alunos, pais, professores. Estou apostando todas as minhas fichas nesse novo processo, acreditando que, quando buscamos melhorias, passamos a reconstruir os saberes diversos que possuímos e humildade para confrontá-los, analisá-los e aprendê-los novamente.

E você, diretor ou diretora, quais são suas perspectivas em relação ao Pnaic? Seu município aderiu? Sua escola está participando? O que está dando certo e o que precisa melhorar? Deixe seu comentário e vamos juntos debater o assunto!

Beijos, Sonia Abreu