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Rádio na escola: sintonize essa frequência!

POR:
Joelma Souza
Na minha escola, a rádio divulgam os eventos sociais e culturais da própria instituição e da comunidade local

Na minha escola, a rádio divulgam os eventos sociais e culturais da própria instituição e da comunidade local

Desde 2008, o Ministério da Educação investe no programa Mais Educação, que tem como objetivo ampliar a oferta de atividades educativas em escolas que oferecem período integral como a minha. Quando o programa chegou aqui na minha cidade, em 2009, uma das atividades propostas que mais chamou minha atenção foi da rádio escolar. Fiquei imaginando como ela funcionaria e como os alunos – e até mesmo nós, gestores e professores –, redescobririam a verdadeira função do rádio, um pouco esquecida hoje em dia.

Para começar a implantar o projeto na escola, a primeira providência que precisei tomar foi encontrar um voluntário para nos ajudar a administrar a rádio. O programa dá liberdade aos gestores para procurar esse monitor, que deve assinar um termo de adesão como voluntário enviado pelo programa e receber mensalmente o valor de 80 reais por cada turma de, no mínimo, 20 alunos. O dinheiro é para custear os gastos com transporte e alimentação.

Com a ajuda de alguns amigos e filhos de professores, consegui entrar em contato com um radialista que mora no mesmo bairro onde a escola se localiza. Como ele estava com a agenda muito cheia, nos indicou um de seus companheiros, o J. Donizete, que já está conosco há dois anos. Na minha opinião, poder contar com parceiros da própria comunidade é um dos pontos mais interessantes do trabalho, porque eles compartilham seus conhecimentos com nossos alunos.

Equipamentos e nome

Escolhido o monitor, começamos a receber os equipamentos do MEC e os recursos para sua instalação. Foram caixas com mesa de som, microsystem, fones de ouvido, microfones, gravador e caixas de som – todos eles aparelhos de excelente qualidade. Foi um frisson na escola inteira! Eu também vibrei muito e cheguei a dar pulinhos de alegria, porque não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo.

Hoje, os equipamentos estão, provisoriamente, numa sala pequena, ao lado da minha, enquanto as caixas de som estão espalhadas na área do refeitório, Mas estamos com planos de levá-las para o pátio também!

Nesse momento, já tínhamos todos os recursos materiais disponíveis, mas faltava uma coisa: o nome! Para resolver essa questão, os professores e eu lançamos a pesquisa para saber como os estudantes queriam que nossa rádio fosse chamada. Os alunos do 5º ano se responsabilizaram por fazer essa enquete, foram a campo e chegaram a “Além do horizonte” como resultado.

Oficinas e conteúdo

Para colocar a rádio para funcionar de fato, foi preciso orientar os alunos sobre como usar os equipamentos e qual seria o objetivo da atividade. Por isso, as turmas de 4º e 5º anos passaram a estudar sobre a história do rádio, sua função cultural e social no Brasil e no mundo, como ele funciona e o que é preciso para que isso aconteça. Além disso, eles receberam aulas de educação vocal, orientações básicas sobre o uso da mesa de som e softwares de gravação de voz. Esse trabalho foi realizado pelo nosso monitor.

Todo o conteúdo da rádio, desde anúncios a vinhetas, é preparado pelos alunos, sempre com a ajuda do monitor. Os programas divulgam os eventos sociais e culturais da escola e da comunidade local, como as campanhas de vacinação de pessoas e animais, a semana de combate à dengue e os saraus escolares. Para fazer isso, as crianças se dividem em grupos, que se responsabilizam por cada etapa do trabalho. Alguns fazem as pesquisas de campo, outros fazem as gravações e outros selecionam as músicas. Há também uma equipe responsável pela locução.

A rádio transmite sua programação somente nas segundas, terças e quartas-feiras, durante o intervalo das turmas. No entanto, estamos nos organizando para que, no próximo ano, os programas fiquem disponíveis em um blog, para que a comunidade externa também possa ouvi-los.

Desde que a rádio foi implantada, percebo que os alunos se interessam muito pelas oficinas e que existem até alguns talentos naturais, como o José Elias, do 5º ano, que se tornou destaque pela dedicação. Para o ano que vem, quando ele terá de mudar de escola porque vai para o 6º ano (minha escola só dá aulas até o Ensino Fundamental 1), estamos vendo a possibilidade de convidá-lo para participar das atividades no contra turno.

E você, diretor, possui oficinas como a da rádio escolar? O que você acha de programas como o Mais Educação? Quais resultados projetos como esse têm trazido para sua escola e para a aprendizagem dos alunos? Compartilhem conosco!

No próximo post, contarei para vocês sobre o Jornal Escolar, outra oficina oferecida pelo programa Mais Educação. Não perca!

Um grande beijo, Sonia Abreu