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Conselho de classe: uma reflexão coletiva

POR:
Joelma Souza
No conselho de classe, devemos refletir sobre as práticas educativas utilizadas ao longo do ano letivo e não apenas no desempenho e rendimento do aluno

No conselho de classe, devemos refletir sobre as práticas educativas utilizadas ao longo do ano letivo e não apenas no desempenho e rendimento do aluno

Entre os mecanismos que nós, diretores, temos para viabilizar uma gestão democrática e participativa, está o conselho de classe. Durante esse momento, gestores e professores reavaliam o desempenho e rendimento do aluno e também realizam reflexões de grupo com a equipe escolar sobre as práticas educativas utilizadas.

Depois de compartilhar com vocês como eu formo o conselho escolar e quais decisões ele toma na minha escola, achei interessante falar um pouco também sobre como eu percebo o conselho de classe e o que eu e meus professores fazemos nesse momento. Isso porque acredito que estamos vivendo um ranço de discutir somente o aluno, que parece um condenado ao nosso olhar nesses encontros, em vez de refletir também sobre nosso próprio trabalho.

A importância do conselho de classe

Quando estamos nos aproximando do encerramento do ano letivo, eu e os professores da minha escola preparamos esse último encontro para analisar e discutir essas ações que apontei acima. Isso implica na tomada de decisões e escolhas para que o momento seja menos sofrível. “Sofrível?”, vocês podem me perguntar. Sim, sofrível! Porque é nessa hora que discutiremos toda a história e a vida escolar do aluno, as investidas dos docentes e dos pais que, mesmo com todos os esforços durante os 200 dias letivos previstos no calendário, não conseguiram atingir a meta proposta para que as crianças avançassem na série/ano.

Acredito que é importante levantar quais foram as práticas educativas promovidas na escola e quais investimentos foram feitos na instituição. Depois disso, é preciso analisar o que disso tudo favoreceu e o que desfavoreceu o aluno e também o próprio professor. Assim, saberemos se se faz necessário rever processos e adequá-los na medida do possível.

Pensando numa boa maneira para direcionar esse encontro e para que ele transcorra tranquilamente, montamos um roteiro para nortear o que discutiremos coletivamente. Ele tem nos ajudado a visualizar a nossa prática educativa e a realizar uma leitura da realidade escolar com mais consciência e cumplicidade. Abaixo, compartilho esse guia com vocês.

O que analisar?

•       O nível de desempenho e rendimento (dificuldade e sucesso) inicial e final do aluno, levando em consideração a participação na sala de aula, as devolutivas de tarefas, os trabalhos de pesquisa individual e coletiva, o comportamento e a frequência;

•       Participação dos pais na vida escolar do aluno (reuniões de pais, convocações em horários para melhor atendê-los, a importância de eles estarem na escola);

•       Os investimentos no processo ensino-aprendizagem (como o professor articulou sua aula?), nas atividades paralelas para reforço escolar e nos trabalhos de pesquisa (portfólio), auxiliando o aluno na recuperação de conteúdos e melhorias;

•       Ações coletivas como as trocas de experiências e as suas perspectivas de ensino e de outros professores que deram resultados significativos;

Quais ações devem ser executadas?

•       Análise do currículo da escola, levando em consideração a educação em período integral;

•       Fazer autoanálise da prática educativa de ensino e aprendizagem;

•       Traçar metas de melhorias individuais e coletivas que sejam efetivamente realizadas;

•       Rever políticas educacionais e de atendimento adotadas para atender melhor a comunidade local, articulando ações dentro e fora do espaço escolar.

Aqui na minha escola, o conselho de classe será realizada nesta sexta-feira, 6 de dezembro. Nesse encontro, com certeza usaremos esse roteiro.

E você diretor, como articula esse encontro, transformando-o numa reflexão coletiva?

Um grande abraço, Sonia Abreu