No final do ano letivo, costumo rever junto com a equipe da escola as metas e objetivos que queremos para o próximo ano. É nesse encontro que decidimos quais ações adotaremos para educar e atender às necessidades de nossos alunos.
Depois de pontuarmos essas ações, procuramos priorizá-las de acordo com a realidade da escola, considerando a disponibilidade de pessoas, espaço, horários e materiais para a consolidação do planejamento.
Tudo estava caminhando bem, até que nos deparamos com um porém: no final do ano passado, ainda não conhecíamos qual seria o material didático adotado pela rede municipal de ensino. E, por isso, não conseguíamos elaborar o planejamento pedagógico das diferentes disciplinas. Essa possibilidade de mudança gerou até certo desconforto entre os professores: será que nós estávamos acomodados?
A rede municipal de Itapetininga, onde eu trabalho, utiliza material apostilado há cerca de dez anos. Professores e alunos estão acostumados a recebê-lo a cada dois meses. As apostilas ajudavam a nortear os professores, dando a eles mais tranquilidade para atuarem em suas áreas de conhecimento.
No início deste ano, foi tudo diferente. Recebemos material do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Nos livros didáticos, diferente das apostilas, o conteúdo do ano todo está condensado em um só volume. Além disso, quando o material chegou à escola, descobrimos que havia uma quantidade insuficiente para alunos e professores. E aí começou o corre-corre para trocar o material com os diretores das escolas vizinhas.
Com essa confusão, tivemos que modificar as nossas ações. Isso significou reconsiderar nossas prioridades e colocar no primeiro lugar da lista o conhecimento do novo material com o qual trabalharíamos.
Como organizei o trabalho
Preparei uma reunião de Hora Atividade Coletiva (HAC) e pedi aos professores que trouxessem seus livros didáticos para analisarmos os conteúdos e discutirmos como trabalhá-los. Para isso, formamos grupos de série/ano e o primeiro passo foi decidir quais conteúdos entrariam no primeiro e no segundo bimestres. Deixamos para discutir no fim do semestre como organizaríamos os conteúdos do terceiro e quarto bimestres.
Ficou a cargo de cada professor decidir, de acordo com suas práticas didáticas, a forma mais tranquila de organizar os conteúdos. Acredito que, dessa maneira, eles poderiam utilizar o livro didático com mais propriedade e conseguiriam ter mais autonomia para propor atividades de acordo com as características e necessidades de sua própria turma. Essa opção está nos dando mais trabalho? Com certeza! Mas ela garante que teremos resultados significativos de aprendizagem para ambos – professor e, consequentemente, aluno.
Com os planejamentos das disciplinas pensados, tivemos que reorganizar e criar algumas atividades no nosso calendário. Uma delas foi a semana de revisão de conteúdos, que antecederá a semana das avaliações bimestrais. Durante esse período, não ministraremos conteúdos novos, mas retomaremos os assuntos já trabalhados, propondo novas atividades e pesquisas.
E vocês, diretores, já passaram por uma situação assim? Como lidaram com a mudança do material didático? Vocês usam apostilas ou livros didáticos?
Um grande abraço, Sonia Abreu