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Os desafios de implantar o tempo integral

POR:
Joelma Souza
Foto: Gabriela Portilho

As oficinas de música realizadas colaboraram para a formação da fanfarra. Foto: Gabriela Portilho

Sabe aquele dia em que dá tudo errado e a agitação da galerinha pulsa na escola? E numa dessas “horas especiais” o telefone resolve tocar! E você aumenta a voz para que a outra pessoa ouça. Do outro lado alguém responde: está tudo bem aí, Sonia? E aí você descobre que está falando com a secretária municipal de Educação!!! Pois isso tudo aconteceu comigo. Paguei um mico e tanto!

Nesse dia, em abril de 2006, a professora Vera Abdala, então secretária municipal de Educação, me chamou para conversar sobre a escola. Compareci no horário marcado e ela lançou uma proposta para a nossa comunidade escolar: ser a pioneira na rede a aderir ao projeto de escola em período integral.

Tudo estava a nosso favor! A escola estava funcionando há quase dois anos, contávamos com amplo espaço físico e salas disponíveis pela manhã e à tarde. Refletimos, também, sobre alguns problemas do bairro em que estamos. São altos os índices de uso de drogas, gravidez precoce e ociosidade entre os adolescentes. Diante desse histórico, a Secretaria Municipal de Educação planejou um investimento começando pelos 72 alunos matriculados no 5º ano (4ª série). Eles passaram a receber aulas de inglês, informática, apoio/tarefa, Matemática, leitura, vídeos educativos, iniciação a Filosofia, dança e música. Essa última área contou com a participação de voluntários da Escola de Música de Tatuí e graças a esse esforço nasceu a 1ª Fanfarra Mirim da Rede Municipal de Itapetininga, idealizada pela professora Suzete Abreu.

Tivemos que ajustar detalhes como os horários de lanche (os alunos recebem quatro refeições ao dia) e o uso dos espaços. A biblioteca passou a receber as aulas de letramento e as oficinas de xadrez e Matemática. Nem a quadra escapou! Ela é utilizada para as aulas de ginástica artística e percussão. Nossa horta também abriga encontros monitorados pela mãe de um dos alunos. Contamos com um estudante e um professor do Instituto Federal de Tecnologia de Itapetininga nas oficinas de rádio e jornal escolar.

Para montar a grade de horários foi o maior sacrifício! Obtive uma dica bem legal na GESTÃO ESCOLAR (agosto/setembro 2012), que contava a experiência do CEM São Luiz, em Santa Catarina. Valeu a dica, pessoal, e parabéns pelos 5 anos da revista!

Em 2010, recebemos o reforço do programa Mais Educação, implantado pela Secretaria em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Hoje, nossa cidade já tem 15 escolas que oferecem esse atendimento, inclusive na zona rural e todo esse esforço é liderado pela supervisora de ensino Ana Paula Ferreira.

Nos encontramos para avaliar e organizar as aulas todas as quartas-feiras, das 18 às 20 horas e mensalmente com orientação da supervisora. Nesses momentos, professores e oficineiros estão juntos para integrar os conteúdos. Atualmente atendemos em período integral os alunos dos 3º, 4ºs e 5ºs anos e aguardamos a construção de novas salas para ampliar a experiência. Não é fácil, mas sentimos a diferença na formação das crianças que estão conosco.

E a sua escola, funciona em período integral? Como você organizou os espaços, os horários e a grade curricular?

Um grande abraço

Sonia Abreu