“Onde está o espaço para a exposição das atividades dos alunos?”, questionou Yvone Restom, coordenadora pedagógica que, em 2010, em quatro encontros, nos ofereceu uma capacitação promovida pelo repasse do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Indignada pela área restrita dentro da sala de aula, puxou as nossas orelhas pela pouca valorização que dávamos a essas produções. E deixou claro que as verdadeiras estrelas da escola deveriam ser os alunos.
No intervalo para o café, fui conversar com ela sobre o assunto e ela me convidou para dar uma volta na escola. Olhamos o espaço de cada sala de aula, a disposição dos cartazes feitos pelos professores e as listas que indicavam o número excessivo de estudantes por classe. Passamos pelo espaço do refeitório, o palco e os corredores e imaginamos novos painéis de atividades onde os alunos contemplassem de fato a sua produção e onde pudéssemos também levar ao conhecimento dos demais e principalmente dos pais as proezas que todos eram capazes de realizar. Voltamos para a sala e os meus neurônios restantes ficaram borbulhando em busca de uma solução que ao meu ver era “para ontem”.
Começamos a mudança pelos corredores. Distribuímos varais e usamos folhas plásticas e prendedores para realizar as primeiras exposições de atividades dos alunos ainda naquele ano. Foi muito significativo!
No ano seguinte, firmei uma parceira com o Centro Profissionalizante Municipal de Itapetininga (CEPROM), que possui o curso de Marcenaria. Nós teríamos de providenciar a madeira e o feltro, eles doariam placas de isopor e viabilizariam a mão de obra. Também me reuni com os membros da Associação de Pais e Mestres (APM) e mostrei a necessidade de implantar os painéis de atividades. Eles concordaram em colaborar com os recursos necessários para a compra dos materiais.
Assim, depois de quatro meses pudemos transformar os dez murais confeccionados com a participação de todos no cartão postal da nossa escola. Semanalmente, levamos para esse espaço muitos detalhes das atividades realizadas e assim enaltecemos o brilho de muitas estrelas que estão em nossas salas de aula. Quando visitam a escola, os pais passam por eles como se estivessem visitando o Museu de Arte de São Paulo (Masp). É como dizem: o verdadeiro cego é aquele que não quer enxergar. Confesso que recobrei a minha visão naquela manhã em que a Yvone colocou uma lente nos meus olhos de educadora.
E você, diretor e diretora, costuma expor as produções dos alunos na sua escola? Como você faz?
Um grande abraço
Sonia Abreu