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Com o envolvimento da comunidade, diminuímos a violência e aumentamos as matrículas

POR:
Joelma Souza

Edicarlos e a equipe da escola conseguiram que os pais voltassem a acreditar na instituição. Foto: Bruno Mazzoco

Olá, seja bem-vindo!

Para parte dos profissionais da Educação, essa época de quase férias é mais tranquila. Mas para nós, gestores, esse período é de preocupação e reorganização. Nos deparamos com inúmeras questões como a prestação de contas, as férias dos funcionários e, claro, as matrículas e rematrículas das crianças.

Aqui na escola em que atuo, estamos passando por um momento de virada. Em anos anteriores, as matrículas estavam diminuindo porque os pais tinham medo dos registros de violência dentro e fora da instituição. Para reverter esse quadro, abrimos as portas da escola para a comunidade, os pais passaram a participar ativamente das atividades dos filhos e todos os problemas passaram a ser comunicados às famílias, registrados em ata e em fichas individuais de acompanhamento. Então, todos juntos, conversamos e decidimos quais eram as medidas a tomar.

Também começamos a realizar visitas periódicas às casas dos alunos com histórico de agressividade. Independentemente da situação em que a família se encontrava, nós sempre fomos muito bem recebidos. Muitos pais disseram que isso demonstrava que realmente estávamos preocupados com o bem-estar deles e das crianças.

Por estarmos inseridos em uma comunidade tida como violenta, muitas pessoas achavam nossa prática perigosa, mas eu asseguro a todos que nunca me senti ameaçado. Muito pelo contrário, sempre me senti totalmente acolhido e bem recebido. Da mesma maneira, tento fazer sempre que os responsáveis pelos alunos se sintam bem-vindos na escola e acolhidos com respeito.

Quando conseguimos melhorar a situação, foi necessário realizar campanhas para que as famílias matriculassem as crianças. Andávamos com carro de som e entregávamos panfletos sobre a escola. Assim, nos últimos dois anos, tivemos uma mudança significativa no número de matrículas. Muitos pais que tinham levado os filhos para outras unidades próximas voltaram a nos procurar.

Com essa virada, infelizmente não conseguimos atender a todas as famílias que nos procuram, mas já estamos trabalhando para alcançar isso. Em breve duas novas salas de aula estarão prontas para acolher em tempo integral mais 40 crianças da Educação Infantil.

E na sua escola, como está o clima nesse período de matrículas? O número de crianças está aumentando ou diminuindo? Compartilhe sua experiência, deixe o seu comentário.

Um grande e respeitoso abraço. Até a próxima quarta!

Edicarlos Mellin