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A importância da gestão garantir espaço e tempo para o brincar

POR:
Joelma Souza

Ficar livre para organizar brincadeiras ajuda a criança a desenvolver aspectos físicos, motores, cognitivos e sociais. Foto: Bruno Mazzoco

Olá, seja bem-vindo!

O brincar, além de ser uma maneira da criança fazer sua leitura de mundo, possibilita o desenvolvimento de aspectos físicos, motores, cognitivos e sociais indispensáveis à saúde mental e ao bem-estar de cada uma delas. São momentos em que se desenvolvem valores como companheirismo, autonomia e solidariedade. O ato de brincar dentro da escola, portanto, deve ser respeitado, sem que seja colocada sempre uma proposta de aprendizagem ou que ocorra a interferência constante dos adultos. A “simples” e fascinante experiência de brincar contempla por si só ações educativas, colocando à disposição dos pequenos situações que necessitam de imaginação e criatividade.

As atividades ligadas a essa temática nem sempre são bem vistas pelas equipes gestoras, mas aqui elas são obrigatórias. Queremos o movimento, o sorriso, a criatividade e a imaginação. Por isso o lúdico faz parte da grade curricular, está anexada ao Plano de Gestão e, portanto, tem aprovação e acompanhamento dos conselhos e participação efetiva do grêmio estudantil, que sugere brincadeiras e ajuda na organização de espaços.

O fato de sermos uma escola de tempo integral facilita a organização dos horários, mas mesmo em instituições com turnos regulares é possível incluir o brincar. Basta planejamento. Aqui as aulas diversificadas são planejadas de maneira a dar sequência ao currículo regular, então, após o almoço e a hora do sono os professores orientam os alunos na realização das tarefas de apoio pedagógico. Em seguida temos a parte lúdica. Cada turma tem horário reservado nos espaços disponíveis para essas atividades de uma a duas vezes por semana, em esquema de rodízio, para que todos participem de tudo que é proposto.

Contamos com espaços e materiais simples – e cabe ao gestores cuidar da manutenção deles -, mas organizados e pensados para as crianças: temos parquinho, com balanço, escorrega e gira-gira,  brinquedoteca, com jogos variados de tabuleiro, fantoches, cinema móvel, uma mesa de pingue-pongue e uma área livre para que as crianças possam pular corda ou elástico e brincar de basquete, vôlei e dança.

As opções oferecidas são planejadas em conjunto pela equipe gestora, professores e alunos do grêmio, mas nesses momentos as crianças são livres para escolher o que querem fazer. Tentamos interferir o menos possível no desenvolvimento das brincadeiras, deixando que percebam que o brincar também exige responsabilidade e cuidado. O professor pode adaptar e mudar o cronograma, mas precisa justificar e comunicar com antecedência à equipe gestora, pois os pais também recebem os horários com a descrição do que será feito.

Muitos pais e educadores questionam o brincar na escola e acham que é “perder tempo”, então, deixam esses momentos em segundo plano. Mas pergunto: Que infância estamos criando? Que infância nós tivemos? É preciso entender que o tempo de brincar é tão necessário e fundamental para a criança como o tempo de estudar, pois elas se desenvolvem enquanto brincam.

E na sua escola, existem esses momentos de criação e diversão livres? Os professores têm a liberdade de sair da sala para promover ações diversificadas? Compartilhe sua experiência com a gente, deixe o seu comentário, suas dúvidas e sugestões.

Um grande e respeitoso abraço, até quarta!

Edicarlos Mellin