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Como o diretor pode intervir no espaço físico das salas de aula

POR:
Joelma Souza

Observar as salas ajuda o diretor a garantir, por meio da gestão dos serviços, dos materiais e do tempo, as condições para que o ensino ocorra neste local. Foto: Bruno Mazzoco

Olá, seja bem-vindo!

Os espaços escolares são lugares de aprender, de conviver e de constantes interações, sejam elas intencionais ou não. Fachada, muros, corredores, pátio e, claro, as salas de aula revelam muito das intenções educacionais e do trabalho pedagógico desenvolvido pela instituição. Recentemente tive a oportunidade de conhecer um grupo de educadores da Comunidade Educativa Cedac e acompanhar o desenvolvimento de vários trabalhos realizados por eles de resgate ou construção da identidade de instituições de ensino por meio dos espaços. Hoje gostaria de abordar com vocês, leitores, um dos assuntos que foram debatidos nesses encontros: o uso da sala de aula. Esse lugar pulsante, no qual se constrói as vivências e se desenvolvem infinitas atividades. É impossível pensar a escola sem alunos e sem a sala de aula. Você se lembra das que frequentou na sua época de estudante? Onde era seu lugar preferido? Como ficavam as carteiras? O local era claro ou escuro, pequeno ou amplo?

Responder a essas perguntas, e a outras, nos fazer refletir sobre a nossa trajetória escolar e analisar como esses espaços foram mudando ao longo do tempo. E essa é uma atividade muito interessante para se fazer dentro de nossas escolas. Como diretor, sempre circulo por toda a escola. Mas, aqui, a cada semestre, realizamos também uma análise conjunta dos espaços, contemplando o olhar de todos que os utilizam, equipe gestora, professores, funcionários e alunos.

No caso da sala de aula, em que o diretor pode influenciar esse espaço a princípio tão reservado a professores e alunos? Cabe a ele garantir, por meio da gestão dos serviços, dos materiais e do tempo, as condições para que o ensino ocorra nesse local. Também deve favorecer os aspectos pedagógicos necessários para o professor desenvolver as aulas e os alunos aprenderem.

Começo esse processo conversando com professores e funcionários para explicar que a análise será do local, não de trabalhos individuais. Portanto, o foco é a disposição das atividades e os espaços utilizados para realizá-las. Em seguida, entrego a cada um uma sequência de observações que devem ser feitas em cada sala (confira aqui o modelo proposto pelo Cedac). Faço a ressalva de que os docentes não irão analisar as salas em que lecionam, apenas as demais. Os funcionários vão junto e observam todas. Dividimos em grupos para não concentrar muitas pessoas num mesmo local e fazemos um rodízio. É importante que todas as salas sejam avaliadas pelo maior número de professores possível e também pela equipe gestora.

Depois, voltamos a nos reunir, socializamos as observações e tabulamos todos os dados. Para os alunos, são distribuídos questionários referentes à sala em que estudam. Todas essas informações são organizadas e discutidas em reuniões do Conselho Escolar e formam a base do nosso projeto institucional de investimentos. Como resultado dessas atividades de análise já compramos aparelhos de TV, armários e prateleiras, e colocamos mais janelas em salas que tinham pouca ventilação e iluminação natural. Neste ano, está previsto para o recesso de julho melhorias na pintura das paredes do fundo das salas. E até dezembro a construção de um balcão nas salas da Educação infantil para armazenar os colchonetes das crianças.

E na sua escola, vocês realizam análise dos espaços? Existem esses momentos de socialização e intervenções coletivas? Compartilhe sua experiência com a gente, deixe o seu comentário e suas dúvidas.

Um grande e respeitoso abraço, até quarta!

Edicarlos Mellin