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Cuidar da fachada é atentar para a comunicação com o entorno

POR:
Joelma Souza

A entrada transmite muito do que ocorre dentro da escola para todos que a observam. Pode mostrar, por exemplo, respeito com alunos e familiares. Foto: Renata Cardoso/Arquivo Pessoal

Olá, seja bem-vindo!

Os espaços escolares, como colocado no post anterior, são lugares de aprendizagem e convivência. A fachada e os muros da escola possuem também a função de se comunicar com o entorno, transmitindo muito do que se passa dentro da instituição para todos que a observam. Passar em frente de uma escola que possui uma fachada degradada, escura e sem vida nos remete a uma falta de cuidado. E se não se cuida do que todos podem ver, imagine o que pode ocorrer lá dentro, longe dos olhos da comunidade?

Você, gestor, tem pensado sobre essa organização ou a tem relegado ao segundo plano, envolvido que está com as chamadas questões administrativas? Um dos primeiros passos para se dedicar aos aspectos relacionados aos espaços físicos da escola é considerá-los pedagógicos. É aí que a dimensão ética se articula, muito de perto, com a estética.

Uma escola bonita não é apenas um prédio novo, limpo e bem planejado, mas sim um lugar que favorece o aprendizado, proporcionando bem-estar às pessoas e permitindo que elas se reconheçam naquele lugar e se sintam parte dele. A organização dos espaços revela muito dos princípios éticos e do respeito da instituição com as famílias e seus alunos.

A maneira que nossa escola encontrou de atender os pais e à comunidade com respeito e atenção, mesmo com espaço reduzido para realizar esses atendimentos, foi a reorganização da entrada - um trabalho que começamos em 2012, quando assumi a direção da escola. Temos um portão que conduz à secretaria e outro, mais utilizado pelos alunos, com passagem para o pátio. No primeiro, foram colocados um balcão, bebedouro, uma campainha para anunciar a chegada e alguns livros. Também aumentamos a largura do portão, construímos uma rampa de acesso para cadeirantes, plantamos flores e colocamos uma placa de boas-vindas. Antes escura, a parede ganhou desenhos coloridos. O próximo trabalho será a construção de um orquidário na parede.

Na entrada das crianças também alteramos muita coisa. Colocamos um mural de avisos para que os responsáveis que chegam para deixar seus filhos pela manhã possam saber as atividades que estão sendo desenvolvidas; mudamos as cores do portão, colocando um arco-íris; plantamos lírios, que formam um corredor; e fixamos pneus coloridos nas grades com flores dentro. O passo seguinte será a colocação de uma cobertura para os dias de chuva.

Essas mudanças não ocorreram da noite para o dia, nem são todas pensadas exclusivamente pela equipe gestora. Fomos realizando tudo de modo gradativo, sempre aproveitando os finais de semana, recesso ou férias escolares para realizar as alterações sem atrapalhar o bom andamento das aulas. Os alunos e seus responsáveis participaram ativamente de todo o processo, tendo voz para opinar e ajudar em todas as escolhas. Muitos também colaboraram na realização dos trabalhos.

Planejar, junto com sua equipe, ações que tenham resultados a curto, médio e longo prazo, pode ser o primeiro passo em direção à ação. A vontade de fazer e o trabalho coletivo pode ser a diferença para um projeto sair ou não do papel.

Como nós, gestores, nos organizamos para receber as famílias e os alunos de modo acolhedor? Estamos preocupados com a organização e disposição dos materiais e do espaço, com os gestos e as palavras que expressam cuidado e respeito, ou apenas com o trabalho relacionado ao conteúdo das disciplinas? Colocamos esses aspectos no projeto político-pedagógico (PPP)? Essas são questões sobre as quais precisamos refletir sempre.

Compartilhe sua experiência com a gente, deixe o seu comentário e suas dúvidas.

Um grande e respeitoso abraço, até quarta!

Edicarlos Mellin