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Como o gestor pode melhorar o momento do intervalo

POR:
Joelma Souza
No intervalo, os alunos também aprendem a ceder lugar nas brincadeiras, esperar sua vez para falar com os amigos, pedir licença e desculpas e a valorizar tudo o que é feito para ele (Foto: Bruno Mazzoco)

No intervalo, os alunos também aprendem a ceder lugar nas brincadeiras, esperar sua vez para falar com os amigos, pedir licença e desculpas e a valorizar tudo o que é feito para ele (Foto: Bruno Mazzoco)

Olá, seja bem-vindo!

Assim que o sinal toca, os alunos, imediatamente, começam a guardar seus pertences. É hora do intervalo! No refeitório, no pátio ou na quadra, eles tomam lanche, brincam, praticam esportes e, claro, socializam. A interação que acontece nesse momento é muito valiosa no cotidiano escolar, afinal, durante esses minutos, os alunos aprendem não só regras importantes para sua vida social, mas também a tomar decisões, como com quem querem conversar ou brincar.

O que nós, gestores, podemos tirar de proveito desse tempo de convivência e como podemos melhorar os espaços para que eles favoreçam a socialização?

Na nossa escola, usamos esses momentos para que os alunos aprendam a dar valor ao outro e a se organizar e para que promovam a autogestão, cuidando de si e de suas atitudes. Nessa hora, eles também aprendem a ceder lugar nas brincadeiras, esperar sua vez para falar com os amigos, pedir licença e desculpas e a valorizar tudo que é feito para ele, como as refeições, a limpeza e a organização do ambiente. Nossa ideia é que o pátio, a quadra (no nosso caso, ainda não temos uma quadra, mas um local destinado às atividades de coordenação motora) e o refeitório sejam espaços nos quais as crianças explorem diferentes atividades aprendendo uns com os outros.

Para isso, nós estabelecemos uma rotina com o auxílio dos membros do grêmio estudantil e do auxiliar de serviços. Primeiro, os alunos são orientados e acompanhados durante a refeição e, só depois, podem ir brincar ou jogar. Enquanto realizam as atividades, buscamos sempre observar se há estudantes que estão isolados, agindo com algum tipo de violência ou participando de brincadeiras inadequadas. Partimos do princípio de que a escola é um lugar de aprender e que, portanto, devemos ensinar as crianças a lidar com os possíveis conflitos e desentendimentos que são inerentes à convivência em grupo, já que cada um tem seu próprio interesse e opinião. Portanto, nós não negamos que eles existem ou aumentamos as fiscalizações, impondo restrições de circulação. Aliás, as observações também nos permitiram perceber que algumas crianças se destacavam como líderes. Com base nisso, aproveitamos essa característica para que elas nos ajudassem a orientar os colegas na resolução de problemas e também na organização do intervalo.

Olhar para os espaços ainda nos permitiu ver quais estavam mais ocupados e quais estavam mais vazios. Isso nos levou a tomar decisões até mesmo em relação aos investimentos e às intervenções necessárias para o melhor aproveitamento de cada um deles.

Pesquisa com os alunos

Algo que fez a diferença para estruturarmos o intervalo foi uma pesquisa que fizemos com os alunos. Nela, incluímos algumas questões como o que eles gostariam de fazer nesse momento e o que faltava nos intervalos. Nós recebemos respostas muito interessantes, que nos alertaram sobre atividades simples que poderíamos fazer praticamente sem custos. Por exemplo, pintar uma amarelinha no chão debaixo das árvores, instalar mesas de cimento com desenhos de tabuleiros de xadrez e damas, revitalizar o local onde a garotada jogava basquete e passar a tocar músicas infantis durante todo o recreio.

Ainda como sugestão da garotada, e dos professores e funcionários, que também foram consultados, adquirimos novos equipamentos esportivos como bolas e mesas de pingue-pongue e futebol de botão. A compra desses materiais foi, inclusive, discutida em assembleia do Conselho Escolar e descrita no plano gestão.

O importante é ter a consciência de que esses espaços preciosos para o desenvolvimento humano dos alunos merecem toda a atenção por parte dos gestores e de que cabe a nós definir e implantar estratégias para que a equipe atue sempre de forma educativa.

E na sua escola, como se dão as relações no intervalo? O que você faz ou já fez para adequar os espaços de interação dos alunos? Compartilhe sua experiência com a gente, deixe seu comentário e suas dúvidas.

Um grande e respeitoso abraço, até quarta!

Edicarlos Mellin