Para o processo de divisão de turmas, utilizo o critério de idade, considerando o desenvolvimento biológico. Uma orientadora com quem conversei, no entanto, disse que isto não é mais usado, até porque fortaleceria a exclusão. Pode me orientar melhor?
Regina Celi de Moraes Borges, de Jatobá, em Pernambuco
Olá, Regina,
A definição sobre quais alunos irão compor cada sala deve ter como objetivo principal criar condições que contribuam para o desenvolvimento do potencial de todos. Para conseguir isso, vários critérios podem ser adotados. O importante, porém, é debatê-los e defini-los de maneira coletiva entre gestores e equipe docente.
Ouvir os professores é essencial, pois são eles que estão diariamente com os alunos e, portanto, têm o conhecimento sobre nível de aprendizagem, comportamento e dinâmica do grupo, entre outros aspectos. Os gestores, que devem acompanhar o processo de ensino e aprendizagem das turmas, também precisam estar cientes dessas informações. Como também devem buscar dados sobre os estudantes recém-matriculados para contribuir com o debate. E todos, juntos, necessitam dominar saberes sobre quais são os objetivos de aprendizagem de cada ano. Tudo isto é considerado na hora de estabelecer critérios.
O ideal é conseguir formar salas heterogêneas. A diversidade pode e deve ser estimulada para a construção de um espaço mais democrático e também para favorecer os avanços dos alunos. Sendo assim, deve-se procurar um equilíbrio nas idades das crianças e dos jovens, no número de meninas e meninos ou entre novatos e aqueles que já estudam na escola. No caso desses últimos, eles podem ajudar os recém-chegados a entender a cultura da instituição e a conhecer os espaços, por exemplo.
O mesmo vale para os diferentes níveis de aprendizagem. Este texto fala sobre a importância de não separar as classes por desempenho.
Outras questões podem ser consideradas. Esse momento de reorganização das classes pode ser uma oportunidade, por exemplo, para quebrar as dinâmicas de alguns grupos e mesmo ajudar os alunos a não cristalizarem papéis, como o “bagunceiro”, o “engraçado” ou “o atrasado”. Daí a importância de acompanhar o comportamento da criança ou do jovem na sala de aula, mas também fora dela, durante os intervalos. Este vídeo traz informações sobre as setes perguntas mais comuns quando o assunto é divisão de turmas.
Quaisquer que sejam os critérios estabelecidos na sua escola, portanto, é preciso ter em mente a necessidade de um equilíbrio entre o que é melhor para cada indivíduo e para o coletivo. O essencial é que todos os alunos possam vivenciar boas situações de experimentações e ter condições de avançar no desenvolvimento.
E na sua escola, quais os critérios para dividir as turmas?
Abraço,
Maura
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