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Como o diretor pode envolver de fato os alunos na gestão

POR:
Joelma Souza

Os estudantes secundaristas do estado de São Paulo, durante as ocupações, mostraram como os alunos querem participar das decisões de gestão. Crédito: Bruno Mazzoco

Olá, diretor.

Esta semana, vamos conversar sobre a participação dos alunos na gestão escolar. Vejamos, por exemplo, a missão de uma escola pública do interior de São Paulo: “Oferecer uma Educação de qualidade, pautada nos princípios de uma democracia participativa, comunitáriae ambiental, tornando-se um espaço cultural de socialização e desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício de sua plena cidadania”. Essa missão foi, ou deveria ter sido, elaborada coletivamente, para que a comunidade consiga enxergar a razão de ser desta instituição.

Seguindo as diretrizes da missão, ao elaborar as atividades escolares, é importante considerar oportunidades em que os alunos consigam exercer sua cidadania. Sendo a escola uma micro representação da sociedade, a cidadania é praticada quando existem espaços para que os estudantes participem das decisões e possam analisar as possibilidades das propostas e sugestões, para qualificar ainda mais as demandas dos diferentes segmentos da instituição.  Será que estamos olhando para essa participação estudantil como deveríamos? Quais são os fóruns que a sua escola oferece aos alunos? Eles têm a oportunidade de debater, expor suas opiniões, argumentar, planejar e coordenar atividades de diferentes naturezas?

Os alunos devem ser estimulados a defender suas propostas para os demais estudantes e a gestão da escola desde os anos iniciais, de diferentes maneiras. Para começar, eles podem responder questionários sobre determinado assuntos. Por exemplo: Qual o espaço da escola que mais gostam, mas que precisa de cuidados? Qual seria a sugestão de melhoria? Quais são as aulas que são mais desafiadoras e por quê? Eles usam o acervo da biblioteca? A tabulação e a divulgação desses dados poderiam ficar a cargo dos próprios alunos, que coordenariam um plano de ação para as mudanças que a escola considerasse mais urgente. O diretor Diego Mahfouz Faria Lima, Educador do Ano de 2015, por exemplo, realizou um projeto que começou ouvindo as reivindicações dos alunos e acabou transformando completamente a realidade de sua escola.

Diretor, você também pode estimular a votação de lideranças dentro de cada turma, para a   instituição de um Grêmio Estudantil. O Grêmio é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e que tem fins culturais, educacionais, desportivos e sociais. É o órgão máximo de representação dos estudantes.

Outras ações poderiam ser planejadas, como a sugestão de temas para exibição de documentários e filmes e realização de palestras e debates. Neste link da Secretaria do Estado da Educação do Paraná, você pode ver algumas escolas que buscaram a participação dos alunos. Há diversas maneiras de trazer o estudante para perto da gestão, e fazer com que eles se sintam não apenas ouvidos pela direção, mas parte integrante do grupo que toma decisões sobre questões que vão afetar sua vida escolar.

Estas sugestões parecem trabalhosas, mas poderão ser desencadeadas pelo grêmio estudantil ou pela comissão dos estudantes e professores apoiados pelo Conselho Escolar. É necessário apostar e acreditar que são de extrema importância para que os alunos possam exercer a cidadania, tal qual foi definido na missão da escola.

Um abraço,

Maura