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Devemos prevenir a evasão escolar desde o início do ano

POR:
Joelma Souza

Crédito: Shutterstock

Olá diretor,

O primeiro bimestre está se encerrando. Você já parou para pensar se o ano letivo terminasse agora, quais seria os resultados? E quais são os desafios da sua escola, no que diz respeito a taxas de aprovação, reprovação e evasão? Podemos até achar essa reflexão prematura, mas com uma análise cuidadosa, é possível melhorar os indicadores de frequência e reverter quadros que poderiam ser negativos, caso fossem identificados mais tarde.

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento 2012 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Com 24,3%, fica atrás somente da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%). Na América Latina, só Nicarágua (51,6%) e Guatemala (35,2%) têm taxas de evasão superiores.

Traduzindo esses índices, isso significa que a cada quatro alunos matriculados em nossas escolas, um desiste. Infelizmente, a evasão pode fazer parte de contextos sociais específicos e, como tal, sugere análises cuidadosas. Mas como a direção pode trabalhar para evitar um efeito causado por questões muito mais fortes do que nós? Para ajudar na reflexão, vale citar a pesquisadora espanhola Isabel Solé: “A escola não pode compensar as injustiças e as desigualdades sociais que nos assolam, mas pode fazer muito para evitar que sejam incrementadas em seu interior”.

Quem são aqueles que vão embora, e para onde vão? De acordo com várias pesquisas, o aluno deixar de estudar por diferentes motivos: gravidez precoce, necessidade financeira, distorção idade-série, falta de interesse pela escola, falta de transporte e outros. Neste vídeo, você pode ver depoimentos dos próprios jovens explicando por que eles tomaram essa decisão.

Ao pensar sobre essas questões, é necessário estabelecer prioridades de ações para o momento do ano. Por exemplo, é possível fazer o levantamento da infrequência dos alunos até agora, e buscar as possíveis soluções, com o intuito de evitar o abandono. Esta reportagem mostra ações fundamentais que contribuíram para diminuir as desistências em uma escola pública no Mato Grosso. Você, diretor, pode verificar qual seria a melhor estratégia de acordo com a realidade de seus alunos, como mostra essa outra reportagem de GESTÃO ESCOLAR.

Para tanto, é necessária uma parceria entre o diretor, sua equipe, o Conselho e os próprios alunos, com o intuito de reconduzir os afastados à escola desde já. Mas é necessário prestar atenção em alguns aspectos importantes, que mostram o respeito e o cuidado que a gestão tem com todos, e que viemos conversando aqui no blog em alguns posts: as condições adequadas dos espaços da escola; o acesso aos materiais e a esses espaços; as oportunidades de participação dos alunos em atividades organizadas por eles mesmos, que promovam sua interação; e principalmente a aproximação com as famílias e com a comunidade, para acompanhar de perto os alunos e ajuda-los, quando for possível, a enfrentar os problemas sem contar com a opção de desistir dos estudos.

E vocês, têm alguma ação que fizeram visando combater o abandono? Como vocês lidam com isso em suas escolas? Compartilhem nos comentários!

Um abraço,

Maura