Olá, diretor
Na semana passada, conversamos sobre a importância de prestar atenção na sala de aula, o principal espaço de aprendizagem da escola. Recebemos alguns comentários que falavam sobre o problema do diretor que não se envolve nas questões pedagógicas, muito por acreditar que se trata de um papel restrito ao coordenador pedagógico, como também comprova essa pesquisa da Fundação Victor Civita.
Nós sabemos que, quando assumimos uma escola, independentemente da localização geográfica, do tamanho e do número de estudantes e funcionários, assumimos junto uma série de funções, de natureza administrativa e também pedagógica.
Muitas vezes, a gestão administrativa toma uma grande parte do tempo, pela necessidade legítima do cumprimento de prazos e pela urgência de fatos que ocorrem no cotidiano e demandam soluções. Mas devemos ter atenção para que a gestão pedagógica não fique em segundo plano, ou somente nas mãos dos outros envolvidos, como professores e coordenadores pedagógicos.
Pode parecer que nossas atribuições não englobam a atenção com o aprendizado, mas alunos motivados e produtivos são reflexo de uma escola que funciona em todas as outras instâncias. Como defende Heloisa Lück: “A gestão pedagógica é, de todas as dimensões da gestão escolar, a mais importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola, que é o de promover aprendizagem e formação dos alunos. Constitui-se como a dimensão para a qual todas as demais convergem.”
Por outro lado, muitos diretores acabam não priorizando este aspecto da gestão não por descuido, mas por terem poucos espaços em que o foco das discussões seja o acompanhamento dos processos de ensino e aprendizagem, a análise dos resultados bimestrais ou trimestrais e orientações de como apoiar os estudantes que precisam de alguma atenção específica. O diretor deve, sim, ficar atento aos resultados dos alunos de cada turma. É importante reservar momentos em seu planejamento para conversar com a equipe sobre isso, e pensar em estratégias para melhorar os índices.
Se, ao final de cada etapa durante o ano letivo, nós assinamos documentos que registram os resultados da aprendizagem, nada mais natural que tenhamos conhecimento do que estamos assinando, de fato. Ou seja: O quanto e como nossos alunos estão evoluindo, e como a escola pode colaborar nesse processo. Você, diretor, pode e deve se perguntar: Que implicações esses documentos que são encaminhados à Secretaria de Educação têm com a gestão pela qual sou responsável?
Estes dados poderão ser coletados ao final de cada etapa, seja bimestre ou semestre, pela equipe da secretaria. A partir destas tabulações, é necessário analisar as possíveis variáveis que impactaram e/ou continuarão impactando no ensino e na aprendizagem. Quais são as classes com o menor rendimento? A responsabilidade é dos alunos? Qual a experiência do professor dessa turma? Será que ele merece um acompanhamento mais próximo? Como o coordenador pedagógico estabelece a parceria com os professores? Eles participam do horário de trabalho pedagógico-coletivo e trocam experiências e angústias?
As classes em que a maioria vai bem, onde aparentemente está tudo dando certo, também merecem atenção para não caírem no esquecimento. Poderíamos fazer as mesmas questões, para tentar entender o caminho que levou ao sucesso daquela turma. Também não podemos esquecer que em todas as turmas sempre há alunos que apresentam alguma dificuldade. Qual é o plano de ação elaborado em conjunto entre direção, coordenador pedagógico e professor para apoiá-los?
O que você acha disso? Já parou para pensar em como é sua atuação na gestão pedagógica? Compartilhe conosco nos comentários.
Um abraço,
Maura