Banheiro limpo e equipado

Portas rabiscadas, paredes descascadas, trincos quebrados, vazamentos e mau cheiro. A lista de características negativas associadas ao banheiro é grande. E assim como todos, assim como todos os outros espaços da escola, ele também deve ser um ambiente de aprendizagem.

Para isso, é preciso zelar pela limpeza, pelo bom funcionamento dos equipamentos - vaso sanitário, descarga, torneira e lixeira - e pela reposição dos materiais - papel higiênico, papel-toalha e sabonete são os itens básicos. "Dessa forma, a escola ensina sobre higiene, hábitos saudáveis e preservação do patrimônio público", afirma Marília Novaes, uma das autoras do livro O Que Revela o Espaço Escolar? - Um Livro para Diretores de Escola.

Para assegurar essas condições, cabe à equipe gestora planejar um cronograma de manutenção e prever a quantidade adequada de funcionários para a limpeza. Segundo o livro, o ideal é ter um servente para cada três salas de aulas. Rodas de conversa e questionários por meio dos quais seja possível expor insatisfações e propor mudanças são formas de envolver a comunidade na conscientização sobre a preservação do espaço (faça o teste para avaliar se o cuidado com os banheiros da sua escola é adequado).

Com esses cuidados, evitam-se as depredações - queixa constante dos diretores. "Os jovens expressam sua indignação nos sanitários, pois lá não se sentem vigiados. Se encontram sujeira e reparos por fazer, não se esforçam em manter a organização. Se, por outro lado, as condições são boas, eles se sentem valorizados e aprendem a ter respeito pelo espaço", defende Marília.

É importante não esquecer, no entanto, que um dos problemas dos toaletes utilizados por um graves número de pessoas é que as instalações estragam pelo uso intenso e pelo tempo - o que exige constante manutenção. Depois de aprovar um projeto na Secretaria de Educação para a construção de uma cabine adaptada para os alunos com deficiência, como é exigido por lei, Neusa Regina Pereira, diretora do CE Campos Sales, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, aproveitou o momento e discutiu com o conselho escolar e com a Associação de Pais e Mestres (APM) a reforma dos outros dois banheiros, um para meninos e outro para meninas. Como o imóvel tinha 18 anos, foi necessária a manutenção dos encanamentos e a troca da iluminação, do revestimento e do piso, que agora é antiderrapante. "Nós, que já não registrávamos muitos casos de depredação, agora não vemos nenhum risquinho na porta", conta.

Caso as boas condições de funcionamento já estejam asseguradas, é possível melhorar ainda mais. Espelhos decorados, murais com desenhos e trabalhos dos alunos, quadros com informações da área de saúde e essências perfumadas tornam o espaço mais agradável e bonito.

Na Educação Infantil, os banheiros merecem ainda mais atenção. "Pias e vasos sanitários adaptados à altura das crianças - o que pode ser resolvido com a instalação de pequenos tablados - favorecem a autonomia em um momento em que elas estão aprendendo os cuidados pessoais", afirma Renata Caiuby, formadora de gestores, que auxiliou na readequação dos toaletes em unidades de redes como São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e Venda Nova do Imigrante, a 113 quilômetros de Vitória. Essa condição pode ser garantida também com a ajuda de fotografias que reproduzam as ações que os pequenos devem desenvolver - lavar as mãos, escovar os dentes, pentear o cabelo, entre outras.

Na EMEI Emílio Carlos, em São Caetano do Sul, que atende crianças de 1 ano e meio a 5 anos, os mais velhos são responsáveis por produzir os cartazes com as regras de uso do sanitário - eles trazem frases como "dê a descarga" e "não jogue lixo no chão" e apresentam figuras ilustrativas. Fotos dos pequenos também ilustram a moldura do espelho. Tem até um cantinho de livros. "Às vezes, eles vão em pequenos grupos para o banheiro e, enquanto esperam o colega, têm chance de folhear um exemplar", explica a diretora, Maristela Manilli Rossi.

Banheiro - acima de 4 anos

Banheiro - abaixo de 4 anos