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Blog Sustentabilidade na Escola

Dicas, textos e depoimentos sobre como levar as questões ambientais para dentro da escola e para a comunidade

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A Educação ambiental e os jogos na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental

POR:
Andrée de Ridder Vieira

Foto: Shutterstock

Olá,

A Educação ambiental desde os primeiros anos de escolaridade pode fazer uma grande diferença para o futuro das crianças e do planeta. Além de estarem abertas para vivenciar coisas novas, elas são muito curiosas e sensíveis ao ambiente em que vivem. E uma vez que tomam gosto pelo assunto tornam-se importantes influenciadoras das famílias.

Muitos autores, como o físico austríaco Fritjof Capra (acesse um dos livros dele aqui), falam da importância da prática da ecoalfabetização, uma diretriz da Educação ambiental que estimula a observação dos sistemas naturais pelos pequenos estudantes. Ao vivenciar espaços como horta, pomar, minhocário e cisternas, a criança desenvolve a percepção natural de que tudo que existe no meio ambiente tem uma função, os elementos se integram para haver equilíbrio na natureza e a falta de um elemento afeta a sobrevivência do outro, inclusive os seres humanos.

Muito bem, mas e se a escola não tem espaço físico para tantas estruturas? Há modelos que se adaptam a pequenos espaços, até mesmo dentro da sala de aula. O grande desafio, então, é aliar os conteúdos ambientais às habilidades e conteúdos a serem desenvolvidos com cada faixa etária. Abaixo, elenco alguns cuidados que precisamos ter ao fazer essa reflexão para a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Crianças precisam de sonhos e de esperança. Elas têm de acreditar que é possível fazer a diferença. Evite focar excessivamente mensagens e exemplos negativos do estado do planeta. Você pode abordar um problema ambiental, como o caso da crise da água, para chamar a atenção, mas sempre traga uma proposta de solução, com atitudes que estejam ao alcance dos pequenos.

A cooperação é uma das habilidades mais importantes para a Educação ambiental, pois a sustentabilidade só é possível com essa prática. De acordo com o pesquisador Fábio Brotto, jogar é uma oportunidade criativa para se encontrar com os outros, consigo e com todos e, com base nisso, o jogo passa a ser uma consequência das visões, ações e relações.

Há muitas brincadeiras tradicionais que podem ser reconstruídas com temas ambientais e aplicadas com estas faixas etárias (dominó, quebra-cabeças, jogo da memória etc). Como uma proposta de adaptação de uma atividade que normalmente é competitiva e pode ser cooperativa e reflexiva, apresento o ecofutebol, que criamos no Instituto Supereco. Acesse o passo a passo.

Acompanhei a aplicação do jogo com alunos da EE Avenilo Ferreira, em Caraguatatuba (SP), que participa de um projeto voltado para a conservação dos rios daquela região. Após muita diversão, os alunos concluíram que no futebol a gente joga pra vencer e a barreira impede de fazer o gol. Notaram, depois de praticar o ecofutebol, que nele a barreira funciona como a mata ciliar e que as árvores precisam cooperar entre si para que o rio fique protegido e os animais possam sobreviver. Se a gente tira as árvores ou a barreira, é como um time ou um grupo de amigos que fica desfalcado quando alguém sai, porque cada um tem um papel importante e na ausência dele os outros são afetados.

Toda transformação começa em nós, educadores, que já tivemos infância e sabemos como aprendemos e conhecemos o ambiente e as pessoas que nos influenciaram para nos tornar os adultos de hoje.

Se você tiver uma boa dica de atividades de Educação ambiental para essa faixa etária, compartilhe conosco. Use e abuse do nosso espaço de cooperação.

Até a próxima semana.

Andrée