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Blog Sustentabilidade na Escola

Dicas, textos e depoimentos sobre como levar as questões ambientais para dentro da escola e para a comunidade

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Composteira e minhocário: fábricas naturais para combater o desperdício de alimentos

POR:
Andrée de Ridder Vieira

Restos de alimentos podem enriquecer o adubo que volta para a horta. (Foto: Marina Lohrbach/Shutterstock)

Olá,

Pegando carona no post da semana passada, quero falar sobre a relação de uma horta com a questão dos cinco Rs para o consumo sustentável: respeitar, repensar, reduzir, reutilizar e reciclar. Essa é uma questão crítica porque o Brasil é um dos campeões mundiais em desperdício de alimentos. A maior parte do nosso lixo é orgânico, com enormes quantias de restos de comida que vão para o lixo, todos os dias!

A horta da escola pode ser uma grande propulsora de reflexão e colaborar para mudar a situação com pequenas atitudes. Com ela, você tem a chance de levar o tema para a sala de aula e também envolver todos os colaboradores na gestão eficiente dos resíduos sólidos, incluindo aí o combate ao desperdício dos alimentos e o seu possível reaproveitamento.

É possível, por exemplo, reutilizar talos, cascas, folhas e raízes – da horta ou do que é consumido no refeitório – na produção de novas e saborosas receitas saudáveis e ricas em nutrientes. Você pode ver alguns exemplos aqui. Além disso, o lixo orgânico pode ser transformado em um adubo bastante rico. Assim, você forma uma cadeia que começa na horta e segue para o consumo na merenda, a reutilização das sobras em novas receitas e a produção de adubo para a horta. A implantação desse ciclo ajudará os alunos a reconhecer a dinâmica de funcionamento da natureza como uma grande fábrica natural, produtora e recicladora.

 

Para compor o adubo, vocês podem implantar uma composteira (veja o passo a passo no site). Nessa técnica muito antiga, os restos de alimentos (em alguns casos até de podas do jardim) passam por um processo de decomposição com a ajuda de minúsculos seres vivos como bactérias e dos elementos água (umidade) e ar, se transformando num rico adubo (que adquire um aspecto de terra fértil quando está pronto para o uso) sem produtos químicos. São as reações químicas naturais que garantem essa mágica transformação. Numa composteira, é possível aprender ao vivo e a cores como diminuir a quantidade de lixo orgânico e também sobre como ocorre a ciclagem natural dos resíduos. Não se esqueça de contar aos alunos que a própria técnica da reciclagem que conhecemos hoje tem uma inspiração no que já acontece naturalmente há muitos anos no planeta.

O professor de Educação Infantil, Francisco de Paulo dos Santos, fez um comentário bacana no post da semana passada sobre sua vontade de implantar um minhocário. Essa é outra estrutura que pode ser agregada ao nosso circuito e acresce outros seres vivos – as minhocas – na cadeia de ciclagem. Um dos possíveis modelos de construção pode ser encontrado no site.

Após a construção do minhocário, o mais legal é organizar que os estudantes observem a dinâmica de vida das minhocas e como elas são produtoras do adubo. Vocês verão que elas gostam muito desse tipo de alimento e, como têm o corpo circular e alongado, vão formando túneis e galerias no solo com um movimento de vai e vem, dando espaço para a circulação do ar e da umidade. Elas ingerem o material e expelem de volta ao ambiente. Essas habilidades auxiliam na decomposição, ao mesmo tempo em que enriquecem o solo.

Uma ideia para sistematizar todo esse conhecimento em sala de aula é que os docentes criem tabelas investigativas, onde os alunos podem registrar suas impressões e observações em cada etapa .Você já fez algo nessa linha? Tem alguma dica bacana para enriquecer as abordagens pedagógicas sobre esses temas? Conte pra gente.

Uma ótima semana!

Andrée