Olá,
Antes de entrar no assunto desta semana, quero compartilhar as emoções que vivi na semana passada. Um dos projetos que eu coordeno, o Tecendo as Águas, desenvolvido pelo Instituto Supereco e patrocinado pela Petrobras, ganhou o primeiro lugar na categoria Preservação e Proteção dos Recursos Naturais, do XIV Prêmio LIF da Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB). Por meio dessa iniciativa, visamos recuperar as bacias hidrográficas do litoral norte de São Paulo. Ao longo do trabalho, notamos que a água é uma grande mobilizadora de pessoas, ainda mais nesses tempos de crise. É também um dos dois temas mais abordados em projetos ligados à sustentabilidade nas escolas brasileiras, junto com o lixo. Mas há outro assunto que está vinculado a esses dois e merece tanta importância quanto eles. Será que você consegue imaginar?
O que é o que é? Transporta sementes e pólen, mas não tem asas. Ninguém enxerga, mas tem força para mover turbinas e gerar energia. Quanto mais forte, maior a onda que forma no mar. Adivinhou quem respondeu o vento! E vento está ligado a AR, que está ligado à umidade, ao clima, ao vapor, à energia, ao som, ao transporte, à formação das chuvas, mas também às queimadas, à poluição, às doenças de inverno e muito mais conteúdos associados.
Proponho, então, que você converse com os professores da escola em que atua e discuta com eles algumas ideias de abordagem para esse poderoso fator ambiental que tanto nos serve. A seguir, vão duas sugestões de atividades para alimentar o seu planejamento:
Poluição atmosférica à vista – Os livros de Ciências costumam sugerir atividades que colaboram para as crianças entenderem que o ar ocupa espaço, entre vários outros detalhes. Agora, vamos colaborar para que eles também visualizem a poluição. Separe alguns pedaços de gazes (usadas para fazer curativos) ou de tecidos leves de algodão branco. Com os alunos, grude esses materiais com fita crepe em vários cantos da escola e do bairro. O ideal é que sejam áreas externas, mas que não tomem chuva. Vocês podem até incluir a casa dos estudantes nesse levantamento. Faça uma tabela e na primeira coluna coloque o local e a data da fixação. Deixe os indicadores nos locais por pelo menos duas semanas. A cada semana, os grupos de alunos podem verificar como estão os tecidos e anotar ou registrar em fotos o que está acontecendo em cada ponto. Cada coluna da tabela pode contar a observação feita em uma data. Discuta quais pedações estão ficando mais escuros e sujos e levante as hipóteses sobre os motivos que levaram a isso. Compare áreas urbanas com zonas rurais, ruas que têm mais trânsito com áreas tranquilas e arborizadas. Antes de finalizar, sistematize os aprendizados e promova leituras que colaborem com a compreensão dos conceitos envolvidos nessa pesquisa. Este plano de aula pode colaborar com a preparação dessa finalização.
Uma visita à farmácia – Gripe, tuberculose, pneumonia, bronquite, sinusite, rinite e todo tipo de doenças respiratórias não vão embora! Há tantos vírus, fungos e bactérias no ar durante o inverno, e com o ar seco e poluído pela falta de chuvas, que o índice de procura pelos remédios nas farmácias aumenta muito. Este pode ser outro bom tema para a investigação dos alunos. Sugira que as turmas façam entrevistas nas farmácias e com os familiares sobre as doenças e remédios mais comuns consumidos nesse período. Depois, organize um debate em sala de aula, com gráficos para ilustrar os resultados! Lembre-se: mais umidade no ar (sem excesso, é claro) significa mais saúde para todos! Aqui vai mais uma leitura para ajudar na reflexão sobre este tema.
Então, é hora de saber como o ar é trabalhado aí na sua escola. Ele está presente no conteúdo de várias disciplinas? É exclusivo da área de Ciências? Conte para a gente, compartilhe suas ideias para o vento levar esse balão bem longe e inspirar mais educadores por aí!
Até a próxima segunda.
Andrée