As feiras de Ciências e mostras culturais são ideias recorrentes nas escolas que desenvolvem projetos ligados à sustentabilidade. Esses eventos dão um toque especial ao calendário ecológico e são uma boa opção, desde que as ações sobre esse tema não se restrinjam a essas datas.
Ao percorrer vários desses eventos, tenho visto trabalhos maravilhosos que representam como os alunos aprenderam conceitos vinculados à realidade em que vivem. Entretanto, em termos de conteúdo, noto uma grande preocupação com a exposição dos problemas ambientais. A degradação e as situações mais críticas ganham mais ênfase do que aquilo que já está acontecendo de bom no Brasil e naquela região.
O público visitante fica sensibilizado pelo alerta, atento ao que os alunos estão abordando, mas junto com isso vem uma sensação de frustação em ver o planeta ser degradado com tanta velocidade. Alguns se perguntam se ainda há jeito e solução para essa crise.
Faço essa constatação como um lembrete da necessidade de começar a dar mais ênfase na divulgação e visibilidade de boas práticas nas diferentes áreas que envolvem a sustentabilidade, como água, florestas, agricultura, reciclagem, qualidade do ar, cidades, convívio social e especialmente aquilo que envolve a participação ativa das comunidades da escola e do entorno. Dessa maneira, o impacto final, seja num evento ou nas aulas, será a mobilização pelo positivo. Fazer o bem acaba influenciando outras pessoas pelo exemplo do que é possível e traz esperança.
Junto com as boas práticas é preciso comemorar, divulgar e reconhecer as conquistas, que certamente resultaram de pessoas engajadas que atuam nos vários setores (governo, empresas e sociedade). Um bom exemplo recente é a redução no desmatamento do Bioma Mata Atlântica, divulgado na semana do Meio Ambiente pela Fundação SOS Mata Atlântica (confira mais detalhes aqui).
Seguindo essa linha, sugiro que você promova, em parceria com os docentes, um trabalho dirigido com o objetivo de mapear o que está dando certo aí na sua região. Comecem pelo ambiente da própria escola e evoluam para o entorno e depois para uma escala mais ampla, criando uma espécie de livro ou dossiê de boas práticas.
Para iniciar o levantamento, os professores podem fomentar entre os alunos a pesquisa em jornais, revistas e sites, entrevistas com membros da escola e da comunidade do entorno, e a participação dos estudantes em eventos da cidade que discutam essa temática. Depois de concluir essa etapa, há várias possibilidades de desdobramentos para sistematizar e divulgar o material compilado. Veja algumas sugestões:
- Produzir pequenos vídeos sobre os projetos que possam ser disseminados nas redes sociais;
- Confeccionar um livro e lançar, com direito a autógrafo dos alunos, num evento com a participação dos pais e de alguns representantes dessas boas práticas, fazendo uma roda de conversa ao final;
- Apresentar o livro para órgãos públicos, empresas e ONGs da região que possam se interessar em imprimir em maior quantidade para distribuição;
- Levar ao conhecimento da imprensa local a existência desse material feito por crianças e jovens;
- Passar a realizar edições anuais desse livro, incluindo novas práticas mapeadas.
Então, conte para a gente, você e a equipe da escola em que atua já têm o hábito de cultivar o acesso à informação sobre as melhores práticas e soluções para a sustentabilidade? Compartilhe conosco. Os resultados podem nos ajudar a ampliar nossa linha de conteúdos para o blog, assim como inspirar outras escolas e experiências.
Até a próxima segunda e uma ótima semana para todos.
Andrée