Olá,
Tenho certeza que sua escola já implantou várias ações voltadas à sustentabilidade. Proponho, agora, que você reserve algum tempo para monitorar o que está sendo feito e implante um acompanhamento participativo da ecoeficiência da instituição.
Há muitas definições para esse termo. Uma delas indica que a ecoeficiência atua no sentido de avaliar como as atividades estão integradas e garantindo a proteção e a segurança ambiental, reconhecendo os limites e capacidades do ambiente onde a escola está inserida, como também seus próprios limites e capacidades institucionais. Olha-se, por exemplo, para como os hábitos e níveis de consumo dos frequentadores do espaço impactam o cotidiano do uso dos recursos naturais de forma sustentável e respeitam a sua garantia para o uso coletivo (para além da escola). Esse conceito também carrega um componente social, pensando no bem-estar, na segurança e em valores para a boa convivência com condições adequadas para a equipe, o trabalho e o estudo, além de avaliar as relações interpessoais. Ou seja, o “eco” vai muito além do ambiental.
Uma ideia para realizar esse acompanhamento é construir um indicador de sustentabilidade. Ele é uma espécie de painel ou mural, instalado em um local bem visível, e funciona como um termômetro. Mês a mês, registra-se o desempenho da ecoeficiência e da sustentabilidade nos vários critérios que professores, funcionários, alunos e gestores estabelecerem que serão acompanhados.
A construção do indicador de sustentabilidade, os critérios que serão incluídos nele, as medidas de pontuação e o próprio preenchimento do painel devem ser feitos de maneira participativa e envolver o maior número de setores da escola. Que tal formar comissões mistas com representantes das várias áreas e revezar qual será o grupo responsável por cada mês?
Juntos, estabeleçam uma matriz para essa avaliação. Ela pode se inspirar no exemplo que mostro neste link. Essa tabela foi construída pela equipe de Educação ambiental do Projeto Tecendo as Águas do Instituto Supereco e inspirou escolas e projetos sociais que atendem alunos de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.
Para cada item, pode ser dada uma pontuação dentro desta lógica:
0 a 4 – Nada eco: pouco sustentável;
5 a 8 – Meio eco: é sustentável, mas pode melhorar;
9 a 10 – Super eco: sustentável.
Essa tabulação já ajuda a olhar em que direção a escola está indo e em qual item precisa melhorar seu desempenho. Após terminar o preenchimento, com a colaboração das aulas de Matemática, pode ser também estabelecida uma pontuação final e avaliado um percentual de desempenho para dar uma qualificação final da ecoeficiência da escola. Ou seja, se tivermos nas questões mais de 80% delas respondidas com nota variando entre 9 a 10, significa que se tem uma escola super sustentável.
Se a ideia também envolver crianças, você pode criar símbolos com expressões triste, feliz e reflexivo (ainda pode melhorar) que simbolizem as respectivas pontuações, para facilitar a compreensão e a participação delas. Os critérios a serem medidos também podem ser representados por desenhos ou fotos.
O tamanho da tabela não importa. Comece com algo que seja possível executar e, a cada mês, acrescente novos desafios para medir as práticas diárias no ambiente da escola, de modo a minimizar o consumo de recursos ambientais e a geração de resíduos, bem como propiciar um ambiente de trabalho e de estudo mais sadio e de melhor convívio para todos!
Se você tem práticas de ecoeficiência já implantadas, compartilhe conosco para inspirar mais escolas a construírem suas tabelas e desafios.
Até a próxima semana!
Andrée