Ir ao conteúdo principal Ir ao menu Principal Ir ao menu de Guias
Notícias
5 4 3 2 1

Língua escrita: quais são as situações didáticas mais adequadas para a Educação Infantil?

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Na Educação Infantil, a escola deve assegurar o contato das crianças com a língua escrita

Desde muito pequenas, as crianças entram em contato com várias informações sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve nas diversas situações do cotidiano – nos livros de histórias que os pais leem para elas, nos outdoors espalhados pelas cidades, nas placas de trânsito, etc.

Cabe à escola, então, a intencionalidade e fazer a organização didática que assegure o contato e a vivência dessa criança com a língua escrita, elaborar atividades ajustadas aos saberes dos pequenos para que compreendam cada vez mais o funcionamento do sistema de escrita e conheçam os diferentes textos para se apropriarem da linguagem que se escreve. 

Na escola organizamos assim:

No infantil I o foco do trabalho, logo no começo do ano, é a escrita do professor à frente das crianças (na lousa ou em um bloco de sulfite A2) e a escrita pela criança do próprio nome.  Na minha escola, oriento às professoras a escrever na lousa enfatizando o que e para que está escrevendo. Recomendo a elas que sempre digam aos alunos o que estão fazendo, por exemplo, “Hoje nós vamos ouvir a história A Bruxa Salomé, vou escrever aqui na lousa, depois vamos brincar no tanque de areia, pronto já escrevi e depois vamos fazer uma pintura, estou escrevendo aqui ‘pintura na parede de azulejo’.” Assim, enquanto compartilha com as crianças a rotina do dia, ela vai fazendo a lista de atividades.  Outra situação é brincar de escrever, “Vamos fazer uma lista dos brinquedos que vocês mais gostam?”, distribui lápis e papel e incentiva para que escrevam, sem qualquer outra intervenção a não ser que façam marcas no papel, imitem o comportamento do adulto numa brincadeira de faz de conta. Escrever o próprio nome, com letras móveis ou até de próprio punho também acontece, utilizando o cartão de chamada como apoio.

Já no grupo do Infantil II, as situações de escrita do próprio nome e dos nomes dos colegas são realizadas em maior quantidade. O professor confecciona jogos com fotos de cada criança, oferece letras móveis ou o próprio cartão de chamada.  A escrita de listas de animais, de brinquedos, de frutas e muitas outras são feitas sistematicamente. Brincar de forca na lousa também é uma boa estratégia, pois o jogo possibilita que as crianças adquiram conhecimento sobre os nomes das letras enquanto se divertem. No 2º semestre, os pequenos já trabalham em duplas formadas pelo professor a partir dos saberes de cada um deles. A linguagem que se escreve aparece nos momentos em que os pequenos ditam textos que memorizaram como letras de músicas, parlendas e poesias, fazendo os ajustes entre o que se fala e o que se escreve. Aqui, o professor é o escriba.

As situações de escrita no Infantil III já são mais sistemáticas. A partir do diagnóstico da escrita de cada criança, em fevereiro, os agrupamentos já acontecem (pré-silábico sem uso de letras com os que já utilizam letras; pré-silábico com silábico sem valor e assim por diante), ora cada um escreve na sua folha, ora utilizam as letras móveis e precisam negociar para escolher quais letras vão utilizar. Depois de algumas situações de escrita dos nomes dos colegas, o investimento é numa sequência onde vão ter que elaborar listas. No 2º semestre o foco das situações de aprendizagem é com as parlendas (pois é um texto memorizável) e as atividades são de escrita de trechos da parlenda, de próprio punho ou com letras móveis.

Veja aqui a evolução da turma de Infantil III da professora Maristela:

As situações de leitura, que são fundamentais para que se apropriem tanto da escrita como dos diferentes tipos de textos, deixo para outro post.

Aqui deixo para vocês as expectativas de aprendizagem por nível, elaboradas em 2010, como resultado da formação dos professores.