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Os jogos possibilitando a aprendizagem dos conteúdos de Matemática na turma de infantil II

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Ensinar Matemática por meio jogos: uma boa estratégia para a Educação Infantil

Há alguns meses, a professora Sabrina, que faz parte da minha equipe, estava bem angustiada com os saberes de sua turma em relação aos conteúdos de Matemática.  “Como que as crianças vão brincar de jogos de percurso se não sabem quantificar quando jogam os dados?”, “como vão fazer registro de quantidades se muitos ainda nem sabem recitar a série numérica até 10 convencionalmente, dizem 1, 3,2,10!”

Muito pertinente a preocupação de Sabrina, afinal de contas o papel da escola é assegurar a aprendizagem.  Na Matemática, talvez mais do que nas outras áreas, as competências dos pequenos, quando chegam na escola, são muito díspares.  Algumas crianças convivem com irmãos, brincam na rua ou na praça e essa interação intensa nos jogos e brincadeiras possibilita muitas aprendizagens na recitação dos números, na contagem, quantificação, comparação dos pontos do jogo para ver quem ganhou, lidam com o sistema monetário, etc. Enfim, muitos dos conteúdos de aprendizagem na matemática da turma de infantil II (veja as expectativas de aprendizagem desse nível aqui).

Já outras crianças, antes de ir para a escola ou no período contrário ao da escola, ficam muito tempo na frente da TV (muitas vezes vendo programas que pouco conteúdo acrescentarão a elas) e com poucas oportunidades de brincar e conviver com outras crianças e até mesmo adultos. Consequentemente, elas acabam tendo muito menos oportunidades de interação e aprendizagem. Dessa forma, a escola passa a ser a única fonte de  interação com o outro em situações lúdicas,  é  onde poderão ter desafios com jogos e brincadeiras, cuidadosamente planejados, para que aprendam.

Considerando esse panorama investimos muito nos jogos.  Os Jogos de preenchimento, de Percurso, Problemas da caixa, Histórias que envolvem situações problemas, Bingo, Mamãe da Rua,  e outros (veja algumas aqui) são as melhores estratégias para ter a participação interessada das crianças e assegurar as aprendizagens.

No jogo a criança se comporta num nível de conhecimento acima do que ela de fato está, o interesse em fazer parte do grupo, tentar entender por que seus colegas gostam tanto de participar daquela situação, rir e se divertir com o grupo que sabe, é uma mola propulsora que propicia um comportamento de imitação que aos poucos vai fazendo sentido e possibilitando as aprendizagens… gradativamente os pequenos passam do imitar os comportamentos no jogo à atuação real, compreendendo as regras e utilizando as estratégias aprendidas.  Outro argumento a favor dos jogos é que se faz muitas vezes o mesmo procedimento, se é para preencher um tabuleiro por exemplo, a criança vai jogar o dado muitas vezes e contar quantos pontos tirou, se for uma atividade no papel ela só faria uma vez.

Voltando à preocupação da profª Sabrina: não devemos esperar as crianças saberem para depois colocá-los no desafio, pelo contrário é preciso colocá-los para jogar e na busca pela compreensão do como se joga é que estarão aprendendo.  A ideia de que as crianças devem saber fazer todos os procedimentos para poder participar é um equívoco, é durante o jogo, na interação com os colegas, com o professor e imitando os procedimentos dos parceiros mais experientes é que os pequenos vão aprender.

Bem, Sabrina organizou seu planejamento semanal contemplando 3 momentos coletivos onde todos os pequenos jogavam ou brincavam, para que ela pudesse observar a todos fez uma escala para ter a oportunidade de interagir (como participante do jogo) com todos ao longo da semana. Depois de 5 semanas pode ver o quanto os pequenos haviam aprendido.

E na sua escola quais os jogos, brincadeiras ou histórias que são propostos para os conteúdos de matemática?