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A leitura dos relatórios: como revisar e qualificar?

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Ler os relatórios dos professores e ajudá-los a escrever textos melhores é uma das principais tarefas do coordenador no final do ano letivo

No post anterior falei sobre o início do processo de escrita dos relatórios.  Depois daquela formação (veja o post aqui) combino com os professores que eles farão os 6 primeiros relatórios e me enviarão via e-mail para que eu leia.

Como iniciar a escrita é mais difícil, (depois de alguns textos, os professores entram no ritmo) sugiro que comecem elaborando das 2 crianças sobre as quais consideram ser mais fácil relatar os processos de aprendizagem. Geralmente são as crianças que se destacam muito, ou porque são muito ativas, aprendem e explicitam o que aprenderam com muita facilidade ou, ao contrário, aquelas que preocuparam os professores e eles tiveram que elaborar muitas situações didáticas e intervenções específicas para elas. Depois, recomendo que elaborem os de 2 crianças que não consideram nem fácil nem difícil de escrever e, por último, de 2 que consideram um desafio maior escrever um  relatório.

Enquanto espero os relatórios chegarem, elaboro uma tabela com o nome de cada professor. Na medida em que eles vão me enviando os relatórios, os leio e faço anotações e/ou orientações para cada um deles.  Analiso a qualidade da escrita: se está claro para os responsáveis o processo de aprendizagem da criança, se foi possível “enxergar” cada um nos 6 relatórios, se abordou todos os aspectos (conteúdos) que foram elencados pelos professores daquele nível.  Procuro respeitar o estilo de escrita dos professores e por isso tem relatório de 3 páginas (digitadas!) como tem de 1 ½ página e ambos podem ser considerados muito bons.

Em algumas situações peço para os professores reescreverem:

- quando encontro muitos erros gramaticais: sento junto com o professor e reescrevemos integralmente 1 ou 2 relatórios para que fique observável do que estou falando;

- quando erram a ortografia de palavras: ainda utilizar o trema (tranquilo, sequência), acentuar ou não as palavras (ideia, fazê-lo).  Nesses casos marco as palavras (realce de texto) e peço para que corrija;

- quando escrevem as mesmas coisas de crianças completamente diferentes: como já foi orientado a não utilizar o copie e cole, acredito que o professor está tendo dificuldades de visualizar aquela criança então peço que me relate como ela é, traga suas anotações e atividades e ajudo a elaborar um texto que retrate as aprendizagens dela;

- quando encontro informações equivocadas ou indevidas: mesmo tendo conversado que o relatório é sobre a aprendizagem nos diferentes eixos de conhecimento e do período específico do 2º semestre já aconteceu do professor escrever sobre conteúdos que não são do nível. Por exemplo, professor de Infantil 1 falar sobre a fase de escrita (o foco nesse nível é a escrita do próprio nome) ou de Infantil 2 escrever sobre a escrita dos algarismos (conteúdo do infantil 3).  Outra situação comum é falar sobre o comportamento da criança, também não é o caso.  Claro que falar da interação com os colegas, é possível  (“João, no parque, preferia estar com alguns colegas no futebol, e  as vezes entrava em conflito em disputas de bola, o que é normal, quando acontecia era orientado a respeitar as regras, etc…”),  mas jamais  se ater somente ao comportamento “…sempre arrumava encrenca com o Pedro e o José..”, afinal as crianças também estão aprendendo a conviver e caberá a escola mediar essas situações sem rotular nem supervalorizar tais comportamentos.

Depois dessa primeira etapa, em que li e orientei 6 relatórios de cada professor, eles escrevem os demais e vão me enviando para que sejam impressos.  Como conheço bem a escrita dos professores, quando enviam os demais relatórios já sei de quem precisarei ler todos, e quais posso imprimir direto.

Embora seja função do coordenador ler e revisar os relatórios, na minha escola, a Maria Angélica, diretora, é minha parceira na leitura deles.  É uma ajuda e tanto, pois ler cerca de 200 ou 300 é uma tarefa e tanto, e ela por seu lado gosta de estar por dentro tanto do pedagógico como de visualizar as crianças nos registros.

E vocês, pedem para que os professores reescrevam os relatórios? Como fazem a devolutiva da revisão?

Um beijo, Leninha