Muitos leitores do blog querem saber como organizo o trabalho com os portfólios e, então, é sobre eles que escrevo hoje. Em 2009, iniciei a organização de portfólios para todas as turmas dos anos iniciais coordenadas por mim. Estava, praticamente, iniciando na coordenação e precisava “ter nas mãos” o desenvolvimento de todos os alunos.
Os professores, cotidianamente, já conhecem os saberes de suas turmas. E eu, que havia assumido a função há pouco, precisava de um instrumento para acompanhar a aprendizagem de todas as crianças. Desde 2009, venho aperfeiçoando o conteúdo dos portfólios e, hoje, compartilho com vocês esse trabalho.
O passo a passo da organização
Todos os anos, no mês de janeiro, preparo todas as pastas e entrego aos professores antes de as aulas começarem. Essas pastas contêm cronogramas, orientações e planilhas das sondagens que devem ser realizadas, durante o ano, nas áreas de Língua Portuguesa e de Matemática. Há um detalhe bastante importante. Tudo o que os professores precisam aplicar (sondar), analisar (diagnosticar) e registrar nessa pasta é estudado em Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPCs) desde 2009. Não faz sentido se os professores não souberem o que fazer e porque fazer, portanto, deve existir um contexto em que os saberes dos professores sejam e continuem sendo construídos. Veja alguns dos materiais que disponibilizo para a minha equipe:
Orientações sobre as condições a serem garantidas nas atividades de leitura diária
Orientações de sondagem para projetos didáticos
Planilha de observação de escrita de números (Matemática)
Planilha de observação de produção de texto (Língua Portuguesa)
As pastas também têm um saquinho para cada aluno e todas as atividades do ano, para fins de sondagem das aprendizagens, vão nele. A cada dois meses, recolho os portfólios e faço o acompanhamento da aprendizagem dos alunos. A partir da segunda sondagem, comparo as produções dos alunos de cada turma e, assim, detecto se há evolução nas aprendizagens. Isso também me possibilita acompanhar as aprendizagens das diferentes turmas de um mesmo ano/série.
Depois de analisar os portfólios, chamo os professores, individualmente, para dar a devolutiva do meu acompanhamento. Conversamos sobre os alunos, os que estão atingindo as expectativas e os que têm mais dificuldades. Juntos, decidimos o que fazer para melhorar o desempenho da turma.
As planilhas possibilitam fazer o fechamento de como está o desenvolvimento das aprendizagens, quem são e quantos são os alunos que estão “indo bem ou não”. Além disso, utilizo para discutir em reuniões e fazer redirecionamentos, por exemplo, quais e quantos alunos estão precisando de intervenção mais pontual.
É preciso destacar que a Secretaria de Estado de Educação de São Paulo mantém um programa de formação, nas Diretorias de Ensino, dos professores coordenadores. O objetivo é subsidiar os coordenadores para que eles façam a formação em serviço do corpo docente nas escolas.
Esse acompanhamento também me possibilita detectar conteúdos para serem abordados nas ATPCs, pois é possível enxergar “problemas de ensinagem”.
Para o professor, é bastante trabalhoso realizar as atividades de sondagens, suas correções e os registros no portfólio, mas reconhecem sua importância e utilidade, uma vez que compartilham comigo o trabalho que desenvolvem.
No início do ano, os portfólios do ano anterior são entregues aos novos professores para que conheçam a realidade da nova turma. Alguns conteúdos dos portfólios são iguais para todos os anos/séries. As atividades de sondagens de Língua Portuguesa e de Matemática são de acordo com o ano/série. Aqui (clique para baixar) apresento os conteúdos do portfólio do 3º Ano do Ensino Fundamental.
Todo trabalho é embasado nos Guias de Planejamento e Orientações Didáticas (2º a 5º ano) do Programa Ler e Escrever da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
E vocês coordenadores, têm algum instrumento para acompanhar as aprendizagens dos alunos? Compartilhem conosco.
Beijos, Maria Inês