Todo início de ano, na reunião de planejamento escolar, retomo com meus professores os “combinados” do ano anterior. Prefiro chamar de “combinados” ao invés de regras, mas na prática são a mesma coisa.
Conversamos sobre os “combinados” que serão reformulados para o novo ano ou os que não entrarão mais na lista. Alguns são negociáveis, outros não. Por exemplo, se um professor precisa de mais uns dias para entregar o seu portfólio (há cronograma para entregar), é compreensível, enquanto que não entregar, é inegociável.
Assim como temos os nossos “combinados”, oriento os professores para que também façam o mesmo com seus alunos em sala de aula. Alguns chamam de “Regras para a Boa Convivência”.
Algumas orientações para a construção dos combinados:
- A atividade de construção de regras deve acontecer na primeira semana de aula.
- O professor não deve chegar à sala de aula com as regras já prontas, escritas em papel pardo e apresentar às crianças.
- As regras devem ser construídas coletivamente, para que todos discutam e se sintam responsáveis por elas. Detalhe! Todas as crianças têm o direito de opinar e devem ser incentivadas a isso.
- As regras devem ser fixadas na sala de aula, em lugar visível a todos os alunos.
- Não basta construir as regras. Devem ser retomadas, periodicamente, para que as crianças aprendam a avaliar o que foi combinado e o que está ou não acontecendo.
- Os professores devem destacar as regras que estão sendo cumpridas, elogiar a turma e levá-la a refletir sobre “o que faz com que essas regras sejam cumpridas”?
- Levantar as regras que não estão sendo cumpridas de modo geral e também levá-la a refletir sobre “o que faz com que essas regras não estejam sendo cumpridas”?
E o que fazer quando algumas crianças não cumprem as regras?
O professor é o gestor da sala de aula, a ele cabe conversar, por exemplo, separadamente da turma, com esses alunos que não estão acatando o que foi combinado. Penso que por meio do diálogo seja possível entender muitos comportamentos das crianças e, assim, ajudá-las.
Sempre apoio os professores, conversando com as crianças que estão desrespeitando as regras. Chamar os pais para conversar sobre a criança também pode ajudar bastante. O foco da conversa sempre é a importância de eles serem parceiros da escola e do professor, pois a nossa responsabilidade na formação das crianças é muito grande.
Mais que estabelecer regras ou “combinados” com as crianças, esta é uma prática social e de cidadania. E vocês coordenadores, como orientam seus professores a encaminhar os “combinados”?
Estamos praticamente iniciando o ano letivo, ainda dá tempo!
Beijos, Maria Inês