Depois de três semanas de aula, tempo necessário para o professor conhecer e diagnosticar os saberes das crianças, são feitos dois dias de planejamento das atividades permanentes, sequências de atividades e projetos do 1º semestre. Claro que nem todos eles possuem a duração de todo um semestre, mas deixamos prontos os que duram apenas um ou dois meses também, afinal, não teremos outro tempo em que todo o grupo de professores estará junto e as aulas suspensas.
Não reinventamos a roda anualmente, explicando: já temos os planos escritos de anos anteriores e a cada semestre fazemos uma boa revisão para efetuar as modificações/adequações/inserções necessárias para que cada planejamento fique coerente com o eixo de conhecimento e os objetivos elencados para o respectivo nível (acesse aqui as orientações que entrego para cada professor) e, pasmem, todo ano tem muitas adequações para melhorá-los! Que bom! Me parece que é sinal de que estamos construindo conhecimentos e nos aperfeiçoando ano a ano.
Bem, nesses dois dias, minha maratona é exaustiva, pois fico um pouco com cada nível, procuro ajudar em todos os grupos, localizar arquivos e atividades que os professores me solicitam, ouço suas propostas, discuto no grupo de infantil 2 (professoras de crianças de 4 anos) qual é a melhor situação didática para verificar os avanços na oralidade e daqui ali a pouco vou refletir com o grupo de infantil 3 (professoras de crianças de 5 anos) boas atividades de ordenação de números e em quais o cálculo faz sentido. São momentos muitos significativos pois estamos decidindo o quê e como vamos abordar em cada eixo de conhecimento naquele infantil.
Ao final dos dias de planejamento, todos os grupos me entregam os arquivos e começo a leitura e análise. Imprimo três cópias de cada plano: em uma eu leio e faço anotações e questionamentos e este será meu apoio quando for sentar com o grupo. As outras duas utilizarei no momento da reunião por nível.
Como funciona a revisão?
Marcamos uma reunião com todos os professores do nível (e aqui vale aqueles malabarismos de encontrar um horário em que professor da manhã e da tarde possam se sentar juntos), é fundamental a participação de TODOS, pois leremos atividade por atividade e sua OD (orientação didática) para analisar se está coerente com os objetivos do eixo e do nível e se a OD está clara o suficiente para que não haja dúvidas de como encaminhar a situação didática na sala de aula.
Chega então o momento de utilizar aquelas outras cópias. Os professores leem em duplas e eu estou com a cópia que fiz algumas anotações, normalmente perguntas, para o grupo. A cada atividade e OD pergunto como é na prática, se a resposta é fácil e clara para todos os professores é um indicativo de que a atividade está o suficientemente detalhada, agora se os professores têm muitas explicações e precisam complementar a OD, ou ainda cada um entende uma coisa, então será preciso reescrever e isso é feito coletivamente neste momento com minha ajuda, por isso as reuniões por nível são demoradas e bem cansativas, entretanto todos os professores participam ativamente e ao final dela sabem como se dará os encaminhamentos de cada plano, de cada atividade.
Levamos cerca de 4 a 5 horas com cada nível para revisar todos os planejamentos, vale a pena, pois revisamos coletivamente num processo dialético e reflexivo. Mesmo que eu tenha lido o planejamento e ele esteja perfeito (o que é bem raro) e não necessite de qualquer adequação o mesmo é lido na reunião por nível para assegurar que todos conheçam TUDO detalhadamente e saibam como fazer na sala de aula.
O que não vale é riscar todo o planejamento do professor e deixá-lo sozinho para a reelaboração, é papel do coordenador ajudá-lo assim como conhecer as características da faixa etária e os conteúdos para saber orientar o professor.
O que vocês acham?
Um beijo, Leninha