O título desse post é uma pergunta que não pode sair da cabeça dos gestores escolares, acompanhada, obviamente, de sua resposta. As sondagens realizadas no início do ano nos dão um diagnóstico que precisa ser levado em conta, pois nos revela os saberes das crianças, as expectativas de aprendizagem atingidas, mas também o oposto, ou seja, o que ainda não sabem. Só assim é possível planejar o ano, não é mesmo?
Uma vez diagnosticados os saberes de cada aluno, é chegada a hora de decidir o que fazer com as crianças que se encontram em defasagem nas aprendizagens. Ignorar que existem alunos que não estão aprendendo vai completamente contra a missão da escola, por isso, não basta ter a realidade levantada, é preciso agir. Vou contar como faço em minha escola.
Passo a passo do plano de ação para os alunos com dificuldades
Na primeira análise dos portfólios das turmas (fevereiro), levanto “quantos são” e “quem são” os alunos que apresentam dificuldades. Ao dar a devolutiva individual aos professores, conversamos sobre o que será possível fazer em termos de “intervenção pontual”.Essa intervenção consiste em o professor regente investir nas dificuldades específicas dos alunos. Isso acontece, por exemplo, quando a classe está desenvolvendo uma atividade que não depende dele. Então, é hora de trabalhar pontualmente com a criança que apresenta mais dificuldades.
Nem todos os professores desenvolvem isso com tranquilidade, alguns têm mais facilidade do que outros. Mas sempre insisto nessa ação. Ajudo os professores a pensarem nas atividades adequadas para os alunos que precisam das intervenções pontuais. Às vezes, é necessário retomar expectativas de aprendizagem do ano anterior com alguns alunos. Por exemplo, em classes de 3º Ano pode acontecer de ter algumas crianças que ainda não entenderam o sistema de escrita alfabética, enquanto a maioria é produtora de texto. Para as não alfabéticas é preciso continuar investindo nas atividades de reflexão do sistema de escrita alfabética.
Também organizamos, coletivamente, os “Grupos de Apoio”. Consiste em agrupar os alunos, por exemplo, que ainda não compreenderam a base alfabética, para desenvolverem atividades específicas. Esses alunos podem ser de anos/séries diferentes. O professor que tem o perfil para trabalhar com a reflexão do sistema de escrita alfabética fica com essas crianças. Esses grupos são organizados duas vezes por semana, por, aproximadamente, duas horas. Também formamos grupos que precisam, por exemplo, trabalhar a fluência leitora. Enfim, os agrupamentos surgem de acordo com as necessidades.
Também temos os professores auxiliares, que trabalham a recuperação contínua. A função deles é apoiar o professor da classe no desenvolvimento de atividades visando à superação de dificuldades e necessidades dos alunos. Esse será o tema do próximo post.
Oriento os professores para que registrem todas as ações voltadas para a recuperação das aprendizagens dos alunos, aliás, sempre digo a eles o seguinte, “registrem, pois ao final do ano temos que prestar contas sobre o que foi proporcionado a cada criança. Elas podem não chegar, ao final do ano, com as expectativas de aprendizagem do ano/série alcançadas, mas devem ter avançado dentro de suas potencialidades. E isso só acontecerá se houver investimento do professor”.
E vocês, coordenadores, como utilizam os diagnósticos em suas escolas?
Beijos, Maria Inês