Toda a criança tem o direito de ouvir uma história por dia! Essa fala, muito apropriada, foi dita pela Profª professora Rosana Helena Oliveira há alguns anos aqui na escola. Gostei tanto dela que a usei como título do projeto de formação que vou compartilhar hoje com vocês.
As crianças da Educação Infantil estão construindo saberes, se apropriando da cultura e aprendendo a conviver. Assim, assegurar que o momento de ouvir histórias seja o mais qualificado possível é papel da escola, já que ouvir e se emocionar com as narrativas vai impactar diretamente nesses processos.
Na infância, o universo da imaginação é preponderante: o medo de monstros, o poder do herói, a bondade e a perfeição das princesas, o bem e o mal bem separado e definido, a admiração pelo rei bondoso e tantos outros temas recorrentes da literatura estarão presentes na hora da história. Assegurar a qualidade das histórias e a forma de contá-las foi o foco dessa formação.
Organizei os encontros de modo a seduzir os professores com boas histórias, e aqui considerei o professor adulto, então, trouxe leituras que o encantasse enquanto leitor e não apenas narrativas do mundo infantil, trocamos impressões sobre os livros e outras leituras que nos mobilizam, o resultado foi que as professoras quiseram fazer um clube do livro fazendo um rodízio de seus livros preferidos e claro, qualificamos o momento da história diária (acesse aqui o projeto).
Alguns tópicos que discutimos e sistematizamos:
• É bacana utilizar recursos como fantoches e colocar um chapéu de fadas ou de bruxa para contar histórias, as crianças se encantam e entram de fato no mundo do faz de conta;
• É fundamental contar histórias se atendo à leitura do livro tal como está escrito, não parar para explicar alguma palavra;
• Algumas histórias, como os contos de fada, é importante que sejam lidos apenas, sem mostrar imagens (existem ótimos livros só de contos), assim as crianças podem usar sua imaginação, a “bela princesa” não precisa ser o que os estúdios da Disney desenharam, e sim a que a criança imaginar;
• É preciso combinar com as crianças que a história de hoje é para ser apenas ouvida e que cada um vai imaginar os personagens, no começo as crianças que estão muito habituadas a ouvir histórias apoiadas nas gravuras podem estranhar, mas se o professor escolhe um bom livro e faz a entonação da leitura adequadamente será um momento mágico para a turma;
• Alguns livros como “A Bruxa Salomé”, “O Rei Bigodeira” e outros, é fundamental mostrar a imagem pois estão diretamente atreladas ao enredo;
• É preciso variar o repertório incluindo a leitura de livros de aventura, clássicos, contemporâneos, e inclusive os que emocionam muito como “Flicts” do Ziraldo e “Esperando Mamãe” de Lee Tae-jun (editora Comboio de Corda).
Outro foco da formação foi o momento de empréstimo de livros e o reconto pela criança que compartilharei em outro post. Aguardem!
E na sua escola o momento da história é assegurado diariamente?
Um beijo, Leninha