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Como conduzir as conversas individuais com os professores para que eles não se ofendam

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink

Todos os coordenadores pedagógicos, em algumas situações, precisam conversar individualmente com os professores e tocar em alguns pontos delicados. Isso é feito tendo em vista aprendizagem das crianças, ou seja, para que o docente redirecione sua prática ou se comprometa mais eficazmente ou afetivamente com seu trabalho. Essa conversa precisa ser muito cuidadosa e respeitosa.

Hoje tenho clareza que todas as pessoas têm alguma coisa que faz muito bem. Porém, também acredito que toda profissão possui especificidades e para atuar como professor é preciso que o profissional tenha algumas características asseguradas.

Muitos aspectos necessários para a atuação profissional podem ser construídos/aprendidos. Nesse processo de aprendizagem, algumas pessoas terão mais facilidade outras precisarão se esforçar mais. Deixo isso bem claro o tempo todo para o grupo de professores, elogiando sempre os diferentes “talentos” de cada um deles e apontando os aspectos em que precisam melhorar, a começar por minhas falhas e retomadas de encaminhamentos e opiniões que faço com muita facilidade. Revejo encaminhamentos e convicções prontamente se encontro uma solução melhor ou me apresentam bons argumentos.

Como tenho essa postura de retomadas constantes e sou muito comprometida com o meu fazer profissional, tenho facilidade em retomar com os professores (e cobrar) alguns aspectos que analisei que precisariam ser melhorados.

Como encaminho a conversa
Na primeira conversa que tenho com o professor, aponto primeiramente o que em sua atuação está bacana (sempre tem alguma coisa boa) e quais aspectos que precisam ser melhorados. Depois de elogiá-lo pelos aspectos que realmente são merecidos, pergunto o que poderia estar acontecendo em relação aos encaminhamentos que não estão bacanas. Explicito os que já foram abordados nas formações ou orientados em forma de circular e questiono qual seria sua dificuldade. Essa escuta atenta do professor é fundamental, é preciso procurar se colocar no lugar dele, entender seu ponto de vista, suas perspectivas para depois poder apontar sugestões.

Qualquer que seja o aspecto a ser melhorado, sempre ofereço ajuda e respaldo para que possa superar a dificuldade. Durante a conversa, já efetuo algumas orientações bem específicas e outras sugestões mais genéricas: observar como uma colega encaminha a situação, assistir a alguma filmagem da prática de sala de aula, ler algum texto ou outras. Coloco-me a disposição para ajudar no planejamento se a questão é relacionada às intervenções pontuais para assegurar a aprendizagem das crianças.

Como sou sua formadora e acompanho a prática dos professores, é minha função assegurar que eles compreendam as orientações e saibam fazer as intervenções. Mesmo já tendo sido orientadas claramente sob algum aspecto, algumas pessoas precisam de mais orientações, de que lhe falem mais diretamente sobre as dificuldades. Faço tudo isso sem jamais ofender ou subestimar a minha equipe. Essa é uma forma de demonstrar o meu respeito por eles e, por consequência, ser respeitada. Mostrar que está ali para ajudar os professores é tarefa de todo coordenador pedagógico.

Bem, posso dizer que a grande maioria dos professores se esforça para melhorar e se compromete. Isso precisa ser reconhecido! Isso motiva a equipe a continuar sempre se aprimorando.

Como agir em casos extremos?
Se ainda assim o professor não corresponde, ou seja, não atua de maneira a assegurar as aprendizagens na sua turma, só me resta fazer o monitoramento constante dele. Isso pode ser feito de diversas formas, mas considero mais eficiente verificar sempre o planejamento do professor e acompanhar sua prática para fazer intervenções pontuais. Outra maneira é assegurar que esteja sempre junto com os professores mais experientes durante a preparação e a análise dos planejamentos e das atividades a serem realizadas com as crianças. De início, os encaminhamentos não serão de sua autoria, mas dessa combinação certamente sairão bons modelos que poderão ser usados como exemplos para a produção dos próximos.

Prefiro que o profissional com dificuldades seja acompanhado bem de perto a deixa-lo fazer sozinho e correr o risco de ele elaborar situações didáticas equivocadas que nada ajudariam na aprendizagem das crianças. Além disso, solicitar que colegas de trabalho troquem experiências e conhecimentos é uma atitude bem formativa!

E na sua escola como você encaminha as orientações e intervenções junto aos professores que deixam muito a desejar em sua atuação?

Um beijo, Leninha