Já houve um tempo em que as escolas de Educação Infantil eram conhecidas por serem lugares para deixar as crianças que não tinham com quem ficar, local onde elas poderiam brincar com outras crianças e seriam cuidadas pelas “tias”.
Ainda hoje, algumas vezes, nos deparamos com essa concepção. É a maneira como encaminhamos algumas situações que faz toda a diferença para deixar cada vez mais claro que a escola de Educação Infantil possui proposta pedagógica e professores capacitados.
Já passamos por algumas situações aqui na escola, mas tenho certeza de que elas não foram atípicas. Quantos de vocês, gestores de escolas de Educação Infantil, já não passaram por algo parecido?
A família solicita que o professor sempre relate se seu filho comeu, o que e quanto no momento do lanche.
Esse tipo de questão vai diminuindo quando na 1ª reunião de pais se explicita todos os objetivos de aprendizagem dos diferentes eixos. O professor também explica que ele acompanha o momento do lanche, incentiva as crianças a se alimentarem, mas o principal é orientar as crianças com foco na autonomia, evitar desperdícios, organizar e guardar seus pertences. Como a criança frequenta a escola em período parcial , certamente as principais refeições são em casa, se ela deixar de tomar o lanche não tem problema algum pois cabe à família esse papel.
A família e a criança chamam o professor de “tio”
Aos poucos vamos propondo que as crianças chamem de professor, prô ou pelo nome dos mesmos. Quando é o próprio professor que vem com essa concepção a orientação é pontual: você é um profissional. Sempre se refira a si próprio como professor, nunca como “tio”.
O professor quer aconselhar/orientar algumas famílias sobre aspectos particulares
É comum alguns professores não concordarem ou estranharem algumas dinâmicas familiares, é preciso termos cuidado, pois não se deve querer impor nossos valores e modos de viver. É preciso respeitar as diferentes culturas. Deixo claro para o professor que suas intervenções devem sempre ser relativas às aprendizagens das crianças conforme os objetivos de cada eixo e nas situações didáticas que ocorrem dentro de sala.
ONGs, igrejas ou outros grupos que querem inserir algum projeto dentro da escola
Esclarecemos que não é possível a inserção de qualquer programa na rotina da escola, pois já temos uma proposta pedagógica que permeia todo o tempo da criança na escola.
Aqui também vale lembrar que as vezes é a mãe que quer conversar, se aconselhar com o professor na porta da sala de aula, aí a orientação é clara, educadamente cortar a “terapia” e dizer que as crianças estão em atividade e o professor precisa dar atenção a elas.
Bem, aos poucos podemos ampliar e qualificar a concepção das pessoas, você concorda?
Um beijo, Leninha