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Formação específica dos educadores das crianças de creche

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
O educador da creche deve passar por uma formação específica e saber a diferença entre casa e escola

O educador da creche deve passar por uma formação específica e saber a diferença entre casa e escola

Existe muito material que aborda o desenvolvimento infantil. São pesquisas sobre a alimentação, o sono, a chupeta e o momento de tirar a fralda, além dos conselhos de pediatras, de tias e de avós… Mas tudo isso se refere ao ambiente familiar. E quando o espaço é a escola, como fazemos?

Atuar como professor de crianças de 0 a 3 anos na Educação Infantil tem suas especificidades e cabe ao coordenador pedagógico fazer a formação focando no papel do professor e da instituição na vida dos pequenos.

Se partirmos do pressuposto que é papel da escola – conhecida, nessa faixa etária, como creche ou berçário – assegurar as aprendizagens das crianças, devemos nos fazer algumas perguntas. O que os bebês devem aprender? Como planejar as situações didáticas? Quais são as intervenções? Como avaliar se elas estão sendo adequadas? Todas essas questões passam pela formação em serviço dos educadores e estarão em pauta se a escola estiver atenta à qualidade de seu trabalho e quiser assegurar a constante reflexão dos educadores.

Temas para a formação

São muitos os conteúdos que o coordenador pedagógico deve abordar na formação específica dos profissionais que atuam com os bebês. Elas vão desde a característica de cada faixa etária e seu desenvolvimento físico, motor, social e afetivo até a importância da organização do espaço da sala para potencializar as aprendizagens.

É indispensável que todos esses temas passem pelo olhar atento do professor, que observa cada criança. E, quanto menores são os pequenos, maior é a necessidade de particularização!

Adaptação dos horários

Para começar, o professor deve ser orientado a entrar em contato com a mãe. Ele precisa saber todos os detalhes da rotina e dos cuidados que o bebê tem em casa antes de frequentar a escola e, na medida do possível, procurar manter tal rotina no período de adaptação.

Se em casa o bebê costuma dormir justamente na hora programada, na escola, para a papinha, por exemplo, há de se fazer uma transição, ajustando os horários aos poucos para ele não estranhar.

Diferença entre casa e escola

A criança, desde os poucos meses de vida, tem a percepção exata de cada espaço e se comporta de maneira diferente em cada um deles. Por isso, devemos deixar claro para todos os docentes que a escola não substitui a família e que o professor não está no lugar da mãe.

A creche é um lugar muito diferente do ambiente familiar, começando pelo sentido da coletividade. Em casa, geralmente, cada criança tem o seu espaço e seus pertences, enquanto que, na escola, muitas coisas são de uso coletivo, como brinquedos, tatames e o próprio professor!

Por isso, por mais que o pequeno tenha irmãos, ele nunca precisará disputar com tantos outros a atenção de um adulto! Essa reflexão é necessária para que o professor tenha a real dimensão do seu papel.

Respeito às famílias

Outro aspecto importante é o respeito às famílias e a suas culturas. Quando nos deparamos com as diferentes maneiras que as crianças vivenciam em seus lares, temos a tendência a achar que o nosso jeito de fazer e encaminhar as situações de cuidado, higiene e alimentação é o certo. No entanto, não cabe a nós querer intervir nas concepções da família, a menos que a saúde e a segurança da criança estejam realmente em risco.

Neste ponto, mais uma vez, é preciso distinguir escola de família e ter clareza que, na instituição, esses momentos serão organizados segundo estudos e orientações pedagógicas e de saúde mais adequadas à faixa etária.

Para ajudá-los no planejamento e nas orientações para a formação de professores na sua escola, deixo aqui um link para a Proposta Curricular para Berçários, da Secretaria Municipal de São José dos Campos (SP). Ela pode contribuir muito no trabalho de vocês.

E na sua escola, coordenadores, a formação dos educadores leva em consideração as especificidades dessa faixa etária?

Um abraço, Leninha