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Como organizei os estudos das expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Não basta conhecer o que cada criança deve terminar o ano letivo sabendo, é preciso compreender a lógica das expectativas de aprendizagem

Não basta conhecer o que cada criança deve terminar o ano letivo sabendo, é preciso compreender a lógica das expectativas de aprendizagem

Para nortear o trabalho pedagógico de cada escola do Estado de São Paulo, a Secretaria de Educação lista as expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática (clique aqui para vê-las) para os cinco anos iniciais do Ensino Fundamental. Com elas em mãos, os gestores e os professores da rede devem planejar as aulas para garantir que todos os conteúdos sejam aprendidos progressivamente pelos alunos.

Hoje, vou contar como organizei os estudos dessas expectativas, especificamente as de Língua Portuguesa, com os meus professores. Elas representam os parâmetros das aprendizagens que os alunos devem atingir de determinados eixos de conteúdos, como oralidade, leitura, escrita e análise e reflexão sobre a língua.

Sempre explico aos docentes que não basta ler as Orientações Curriculares para conhecer o que cada criança deve terminar o ano letivo sabendo. O que é realmente necessário é compreender a lógica de cada expectativa de cada ano/série e também para o todo ciclo. Para que isso fosse possível na minha escola, organizei uma sequência de reuniões de aulas de trabalho pedagógico coletivo (ATPC), para as quais dei o nome de “Destrinchando as expectativas”. Parece engraçado, mas foram momentos de estudo muito proveitosos para a prática dos professores. Abaixo, explico para vocês como fiz isso.

Como esmiuçar as expectativas

Ao destrinchar as expectativas, eu pretendia separá-las por conteúdo e por ano/série. Para isso, montei quatro quadros (falei deles no segundo parágrafo do texto), um para cada conteúdo, e coloquei os anos/séries em paralelo, pois esta disposição facilitaria a visualização, leitura e compreensão. Disponibilizo aqui alguns quadros para vocês visualizarem.

Preparei uma cópia dos quadros para todos os professores. Como alguns deles tinham mais de uma página, tive o cuidado de colocar todas elas na sequência para que tudo ficasse organizado. A cada reunião, eu entregava um dos quadros aos docentes e, juntos, destrinchávamos as expectativas específicas dos conteúdos.

Reunidos em grupos referentes a cada ano/série, eles faziam a leitura e, depois, socializavam com os colegas o que os alunos deveriam aprender naquele ano. Essa socialização começava do grupo que leu as expectativas do 1º ano e terminava na turma do 5º ano. Com esse trabalho, eu pretendia que todos os professores conhecessem e compreendessem as expectativas de todos os anos/séries e não somente as do ano que ele trabalha. Considero a noção do todo muito importante!

Questionamentos e encaminhamentos

Ao final, todos respondiam algumas questões, por exemplo:

  • Há uma progressão das expectativas e, consequentemente, das aprendizagens das crianças?
  • Olhando para as expectativas, é possível enxergar os conteúdos e as atividades adequadas para a aprendizagem?
  • Em que medida a compreensão das expectativas pode ajudar no planejamento das aulas?

Depois de destrinchar todas as expectativas e de ter respondido a essas reflexões, propus aos professores que levantassem do estudo dos quadros de leitura e de escrita quais eram os gêneros textuais que deveriam ser trabalhados ano a ano.

A partir desse levantamento, que é muito importante, fiz mais dois quadros: gêneros textuais para trabalhar leitura e gêneros textuais para trabalhar escrita, ambos para os respectivos anos/séries.

Para finalizar, pedi aos professores que tivessem sempre à mão esses quadros, porque eles podem ajudá-los nos momentos de planejamento das rotinas semanais e, assim, focar o trabalho de sala de aula no que se espera que os alunos aprendam a cada ano.

Devemos retomar esse estudo das expectativas com os professores todos os anos. Só assim poderemos compreendê-las melhor e organizar boas situações didáticas para o processo de ensino e de aprendizagem.

E vocês coordenadores, já organizaram estudos das expectativas de aprendizagem com os professores? Esse assunto pode ser um tema para as reuniões de 2014.

Beijos, Maria Inês