Avaliar as reuniões de formação dos professores me ajuda a saber se elas cumpriram seu papel, que é o de qualificar o fazer pedagógico de cada professor
O cerne do trabalho do coordenador pedagógico é fazer a formação dos professores e acompanhar sua prática, auxiliando-os a assegurar as aprendizagens das crianças. Certamente, esse trabalho foi norteado ao longo dos meses por objetivos claros e por uma série de conteúdos de aprendizagem a serem trabalhados com o grupo de professores.
Assim como fazemos a avaliação das atividades planejadas para os semestres, também é nosso dever enquanto coordenadores pedagógicos fazer o mesmo com o projeto de formação dos professores. Por isso, final de ano letivo é tempo de sistematizar o que foi aprendido e combinado, checar o que foi alcançado e o que ainda precisa ser aprimorado para o próximo e elencar metas.
Mas é claro que essa avaliação não é feita só por mim! São vários os indicadores que me dão retorno se a formação cumpriu o seu papel, ou seja, se qualificou o fazer pedagógico de cada professor e fez com que as crianças aprendessem os diferentes conteúdos dentro da perspectiva construtivista.
Abaixo, listo para vocês quais são os indicadores que me ajudam nesse trabalho.
A leitura dos relatórios
Ler os relatórios dos professores talvez seja o maior feedback que temos sobre o que de fato cada um deles aprendeu, incorporou ou aperfeiçoou. Nos registros, fica claro como eles trataram cada conteúdo. Com esse acompanhamento, muitas vezes fico bem contente com o resultado e outras fico muito desesperada. Explico o porquê.
Uma vez, aconteceu que, quando fiz a leitura dos relatórios de um determinado professor de uma turma de 6 anos, momento em que os pequenos estão avançando muito na sua escrita, verifiquei que ele confundia completamente as hipóteses de escrita. Fiquei bem chateada, já que eu devia ter percebido a sua confusão ao longo do semestre e tê-lo ajudado… Eu ficava imaginando o quanto cada criança deixou de aprender por conta de propostas e intervenções totalmente equivocadas. Mas essa situação me serviu de lição, porque, desde então, acompanho bem de perto todo professor novato na escola. Afinal, eu sou responsável pela sua formação e é fundamental que eu saiba o que ele sabe e o que precisa aprender, não é mesmo?
Avaliação dos planejamentos
No momento que sento com cada grupo de professores e estes analisam quais atividades foram mais acertadas e quais precisam ser ajustadas, já vou anotando algumas falas que são demonstrativas dos saberes de cada um deles acerca dos conteúdos que estamos avaliando.
Nesse trabalho, minhas anotações são comentários como: “retomar o conteúdo comparação de escritas numéricas com o grupo do Infantil III”, “rever o momento do reconto com o grupo do Infantil II da manhã”, ou “professora Joana confunde os conteúdos recitação, contagem termo a termo e quantificação”. São essas anotações que me nortearão para a elaboração do planejamento ou no acompanhamento individual dos professores no próximo ano.
Avaliação dos professores
Elaboro um impresso para que os professores avaliem as formações. Acho que a melhor forma de preencher esse documento é durante a discussão com os seus pares, ainda que o registro seja feito individualmente.
Esse momento também pode ser formativo, já que os professores refletem e discutem como encaminharam os conteúdos da formação na prática da sala de aula. O registro, de cada um deles, é como se fosse uma sistematização individual do processo formativo do ano e é um bom instrumento para mapear os saberes teóricos e práticos do grupo.
E o que faço com tudo isso?
Neste ano, apenas leio, escrevo algumas anotações, observações e lembretes. Todo esse material será utilizado no começo do ano que vem, momento no qual saberei quem serão os professores e de quais turmas e aí sim poderei elaborar um projeto de formação mais ajustado aos saberes e necessidades de aprendizagem do novo grupo.
E você, como está organizando os registros das avaliações das formações deste ano?
Um beijo, Leninha