A mudança de escola gera muita ansiedade nos pais e nas crianças. Para diminuí-la, fiz alguns combinados com os familiares
Mudar de escola sempre gera muita ansiedade nas crianças e nos pais. No meu caso é ainda mais delicado. Sou coordenadora dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com turmas do 2º ao 5º Ano. Recebo crianças que vêm de uma escola municipal próxima à minha, onde fizeram a Educação Infantil e o 1º Ano do Fundamental. Há muitas expectativas a atender – das crianças e dos pais.
Os pequenos chegam com a cabecinha ainda voltada para a escola anterior. Pensam que brincar no parque ainda fará parte da rotina. Algumas choram nos primeiros dias de aula; outras querem os pais junto. Os pais, por outro lado, também estão ansiosos. Querem saber se poderão levar os filhos até a sala de aula ou se os professores deixarão os alunos irem ao banheiro a todo o momento.
O que eu fiz este ano
Para diminuir a ansiedade este ano, reuni os novos alunos e seus pais no primeiro dia de aula. Todos foram recepcionados no pátio da escola com murais de boas vindas. Me apresentei e falei qual é a minha função. A diretora e os professores também se apresentaram. Em seguida, fui chamando os professores e compondo as respectivas turmas que se encaminharam para as classes.
Os pais ficaram no pátio. A sós com eles, consegui estabelecer o primeiro contato da escola com a família. Expliquei aos responsáveis o papel da nova escola em continuar o processo de alfabetização das crianças. Ressaltei o trabalho de desenvolvimento da autonomia da leitura e da escrita e disse aos pais que precisariam confiar em nosso trabalho. Lembrei também que algumas regras são necessárias para garantir a rotina dos professores, das crianças e da escola.
Por isso, fizemos alguns combinados para adaptar as crianças à escola:
- Os pais só poderiam entrar com as crianças até a porta das salas nos três primeiros dias letivos.
- Depois disso, eles deixariam os filhos no portão da escola. Os funcionários responsáveis pela entrada encaminhariam as crianças para suas classes. Lá os professores já estariam esperando.
- Na saída os professores levariam seus alunos enfileirados até o portão para serem entregues aos pais. Isso depois que os portões fossem abertos.
- A escola telefonaria para a família se acontecesse algum problema com a criança.
- Os pais deveriam procurar a direção para dialogar caso tivessem qualquer dúvida sobre as atitudes dos professores. Poderiam discutir, por exemplo, saídas da sala para ir ao banheiro ou beber água.
Depois de apresentar os combinados, expliquei onde ficam ambientes da escola, como os banheiros, bebedouros, refeitório, salas da diretoria e coordenação. Também avisei que em breve marcaríamos uma reunião para apresentar alguns pontos: a proposta pedagógica da escola, os índices das avaliações externas, a forma com que cada professor desenvolve o seu trabalho e o funcionamento da escola, em geral.
Em seguida, os responsáveis foram para as classes conhecer os professores. Na minha escola ficou mais fácil. Todas as turmas de 2º ano estudam à tarde – então consegui falar com todos os responsáveis em uma só reunião.
Considerei esse contato bastante produtivo. Os pais perceberam que há organização na escola onde pretendem deixar seus pequenos por várias horas do dia e um bom período do ano.
E vocês, coordenadores, participam do primeiro contato da família com a escola?
Abraços, Maria Inês