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Descobrindo os saberes das crianças de 2 e 3 anos

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Para fazer o diagnóstico das crianças de 2 anos, Leninha Ruiz sugere que se planeje atividades para realizar em sala, no parque, no pátio e no tanque de areia

Para fazer o diagnóstico das crianças de 2 anos, Leninha Ruiz sugere que se planeje atividades para realizar em sala, no parque, no pátio e no tanque de areia

Numa escola que estou assessorando, todas as turmas de 2 anos e algumas de 3 anos são exclusivamente de crianças que estão vindo pela primeira a escola. Por isso, sabemos que o tempo de adaptação será mais longo e que os saberes e competências dos pequenos são bem díspares, já que as vivências familiares são muito particulares.

Algumas crianças, por exemplo, já são bem autônomas, enquanto outras são tratadas como bebês; uns já falam com clareza, enquanto outros só fazem gestos e utilizam chupeta o tempo todo.

Toda essa diversidade gera a necessidade de se refletir e discutir coletivamente com os professores sobre o diagnóstico dos saberes de forma bem diferente da maneira com que costumo fazer com os professores das turmas de 4 e 5 anos.

Quais são as atividades das primeiras semanas?

No início do ano letivo, planejo com os professores as três primeiras semanas com várias atividades de imersão à rotina escolar. Nesse período, há vários momentos no tanque de areia, no parque (sempre em horário diferenciado das outras turmas), brincadeiras no pátio com bolas, bexigas, caixas com sucatas, bolinhas de sabão e com água (nesse caso, as crianças ficam só de shorts e brincam com bacias, vasilhames, bonecos e bichinhos de plástico), circuitos com bambolês e colchonetes. Além disso, planejamos momentos para desenho e pintura coletiva.

Nessa hora, o foco do professor é, prioritariamente, conquistar os pequenos e ensiná-los como funcionam os diferentes momentos na escola.

Enquanto essas atividades aconteciam, nós, coordenadores e professores, já tínhamos em mente como seria o diagnóstico dos saberes das crianças. Abaixo, compartilho com vocês o que pensamos.

Diagnóstico na turma de 2 anos

Nessas turmas, os professores planejaram utilizar uma prancheta para fixar duas pautas de observação no período de aula, a partir da quarta semana e durante uma semana. Os aspectos elencados foram os seguintes:

Oralidade Comunicação e expressão de desejos e necessidades.Participação na cantoria de músicas e nas brincadeiras que envolvem o falar.
Movimento Participação em brincadeiras que envolvam diferentes deslocamentos e movimentos.

A prancheta está em um local de fácil acesso durante o período de aula. Assim, os educadores podem registrar tudo o que julgarem necessário sempre que quiserem.

Para esse período, planejamos muitas atividades para realizar em sala, no parque, no pátio e no tanque de areia que propiciassem a observação desses aspectos. A intenção é particularizar bem cada criança, anotando tudo o que elas fazem na pauta de observação.

Diagnóstico na turma de 3 anos

Já com as crianças da turma de 3 anos, definimos algumas atividades específicas para diagnosticar o que sabem e o que precisam aprender no eixo de oralidade e os aspectos relacionados à identidade e autonomia. Ambos estão previstos no âmbito Conhecimento de Mundo e Formação Pessoal e Social, respectivamente, do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil que utilizamos para elaborar as expectativas de aprendizagem.

As atividades estão planejadas para a terceira semana de aula. No entanto, esse período poderá variar dependendo da classe – algumas têm mais crianças que nunca frequentaram a escola ou que o professor é novato nesse nível – ou de outros fatores que influenciam a adaptação dos pequenos, como a insegurança de familiares ou até a interferência deles na rotina, já que alguns permanecem por muito tempo com a criança.

O que fazer com o resultado dos diagnósticos?

Bem, depois de saber quais são os saberes de cada criança, fazemos uma reunião, somente com os professores do nível, para discutirmos qual é o perfil da turma. Nesse encontro, elencamos quais serão os conteúdos prioritários para ela.

Ao longo do ano, os professores planejarão juntos a rotina da classe – geralmente, o que altera de uma turma para outra é o encaminhamento das atividades e a quantidade de repetição delas. Quando as atividades são bem planejadas (leia-se, quando tem clareza dos conteúdos e boa gestão da turma), rapidamente os pequenos avançam! Aí, então, introduzimos as sequências e projetos elaborados para cada nível.

E na sua escola, vocês já planejaram como vão fazer o diagnóstico das diferentes turmas?

Um abraço, Leninha