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Pasta viajante: atividade permanente de leitura que dá certo!

POR:
Muriele Massucato, Eduarda Diniz Mayrink
Cada

Cada criança possui uma pasta com grampos, entregue pelo professor depois de um convite para todos se sentarem em roda para escutar a leitura. Foto: Gabriela Portilho

Todas as semanas, as crianças das turmas de 3 a 5 anos têm na rotina a atividade da pasta viajante. Em um dia definido pelo professor junto com os familiares na reunião de pais, elas recebem o impresso de um texto lido em aula e levam para casa para que pai, mãe ou irmãos releiam para elas. Esse é um momento de ampliação cultural e tem como finalidade o que toda boa leitura deve ter: permitir que as crianças se divirtam, se emocionem ou fiquem intrigadas com o que escutaram.

“Mas como funciona esse trabalho e qual é seu objetivo?”, vocês devem estar se perguntando. Vou explicar.

Cada criança possui uma pasta com grampos, entregue pelo professor depois de um convite para todos se sentarem em roda para escutar a leitura. A cada semana, é entregue aos pequenos um novo texto para ser integrado ao material – os maiores de 5 anos o recebem já perfurado para que abram o grampo e encaixem-no, enquanto os de 3 e 4 anos já recebem a pasta com o impresso daquela semana.

O objetivo da atividade é o professor ler em voz alta, enquanto as crianças acompanham o texto escrito em suas próprias pastas. Antes, no entanto, acho bacana o professor fazer uma “propaganda” do que todos ouvirão, dizendo algo assim: “Turma, eu achei muito engraçadinha a poesia desta semana, ri muito! Ouçam para ver o que vocês acham”.

Depois da primeira leitura, o professor lê mais uma vez, agora convidando os pequenos a acompanharem o que está escrito, passando o dedinho sobre o texto, numa imitação do comportamento leitor, já que as crianças ainda não são leitoras de fato. Nessa hora, ele também faz um combinado com as crianças: “Vocês vão levar esse texto divertido para casa e vão pedir para uma pessoa ler para vocês, certo? Depois, vocês mesmo podem ler do seu jeito, pois já vão saber quase ele todo, não é mesmo? Lembrem-se de trazer a pasta de volta depois, está bem?”. Dentro da pasta, o professor pode colocar um bilhetinho para a família, explicando a atividade. Vocês podem acessar um modelo clicando aqui.

As famílias sempre nos contam que, quando os alunos chegam em casa com o material, pedem logo para um dos pais e até mesmo para os irmãos mais velhos lerem para eles ou, então, querem fazer a leitura por conta própria, já que, muitas vezes, já memorizaram parte da poesia, parlenda ou  história.

A importância da leitura pela leitura

Quero deixar claro que a proposta dessa atividade não é nada mais que fazer a leitura do texto pelo prazer em si. Converso bastante com os professores que chegam à escola e querem pedir para as crianças grifarem palavras e/ou circularem letras dos textos, pois não é essa a proposta. O que queremos é o prazer, que as crianças gostem de ouvir os textos e queiram que leiam para elas. Aqui, aproveito para ressaltar que temos de escolher os textos com muita cautela para que os pequenos gostem. Por isso, tivemos o cuidado de, ao longo dos anos, montar um acervo bacana e adequado para cada faixa etária com textos numerados de 1 a 35, que é mais ou menos o número de semanas de um ano letivo.

Para o grupo de 3 anos, por exemplo, os primeiros escritos são letras de música que os professores costumam ensinar na escola. Depois, entram as quadrinhas de nosso projeto de oralidade e, em seguida, poesias variadas e o repertório de canções de Vinícius de Moraes no segundo semestre.

Na turma de 4 anos, colocamos outras poesias, como as de Cecília Meireles e Elias José, no primeiro semestre, e letras de música no segundo.

Para as crianças de 5 anos, escolhemos, além de poesias, algumas histórias e muitas parlendas. Estes últimos serão os textos escolhidos para memorizarem e se arriscarem na escrita do que sabem de cor. Você pode acessar aqui a seleção de textos prevista para o período de março a junho deste ano.

E então, o que você achou dessa proposta? Na sua escola tem alguma proposta semelhante? Compartilhe conosco!

Um grande abraço, Leninha